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PAÍSES QUE ADERIRAM
AO PROTOCOLO DE QUIOTO PLANTAM BOSQUE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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16.02.2005 - Embaixadores
e representantes dos países que ratificaram
o Protocolo de Quioto plantaram, hoje (16), no Jardim
Botânico de Brasília, 141 mudas de
espécies nativas do Cerrado. A cerimônia
simbólica, promovida pelo Ministério
do Meio Ambiente, marcou a entrada em vigor do protocolo
que estabelece metas para os países industrializados
reduzirem as emissões dos gases que provocam
o efeito estufa. Também participaram da inauguração
do Bosque Quioto, o diretor da área de Meio
Ambiente do Itamaraty, ministro Ewerton Vargas,
o coordenador geral de Pesquisas em Mudanças
Globais do Ministério da Ciência e
Tecnologia, José Miguêz, o diretor
de Parques do Distrito Federal, Ênio Dutra,
e a diretora do Jardim Botânico, Ana Júlia
Sales.
O secretário de Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Victor Zveibil, que representou
a ministra Marina Silva na cerimônia, disse
que a expectativa, com a entrada em vigor do Protocolo
de Quioto, é de que haja um esforço
global para que se possa avançar na direção
das mudanças dos padrões de emissões,
substituindo os combustíveis fósseis
por energias renováveis. Segundo o secretário,
“o que está em jogo são as alterações
graves sobre a biodiversidade no mundo, os impactos
sobre os territórios, as alterações
sobre a saúde, a qualidade de vida dos povos
e, enfim, a economia global”. Para Zveibil, a entrada
em vigor do protocolo é uma sinalização
e uma referência do ponto de vista da informação
e da conscientização dos governos
e da sociedade como um todo.
De acordo com o coordenador geral de Pesquisas em
Mudanças Globais do Ministério da
Ciência e Tecnologia, José Miguêz,
o Protocolo de Quioto “é o início
de uma longa caminhada”, porque ainda há
outros desafios importantes a enfrentar, como, por
exemplo, o desmatamento da Amazônia. Nesse
caso, o secretário do Ministério do
Meio Ambiente lembrou que, embora o Brasil não
tenha o compromisso de reduzir metas assumido oficialmente,
tem um compromisso ético. “O governo brasileiro
está preocupado com isso e está realizando
uma série de programas interministeriais
para evitar e reduzir os desmatamentos e queimadas
na Amazônia, como o Programa Amazônia
Sustentável, e o Plano de Desenvolvimento
Sustentável para a Área de Influência
da BR-163”, disse.
No caso brasileiro, de acordo com Zveibil, os maiores
índices de emissões estão ligados
exatamente as queimadas, ao contrário de
outros países onde o maior problema é
a queima de combustíveis fósseis.
Nesse campo, de acordo com o secretário,
o País tem muito a mostrar e a oferecer.
O Brasil dispõe de característica
diferenciada em relação aos outros
países. “Cerca de 90% de nossa energia elétrica
provém de fontes renováveis. Além
disso, o governo desenvolve programas como o Proinfa,
Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia
Elétrica, a produção e utilização
do álcool como combustível - tecnologia
vista como potencial para exportação
– e o programa de biodiesel”.
A criação do Bosque Quioto foi um
gesto simbólico para marcar a data da entrada
em vigor do Protocolo. Mesmo assim, embaixadores
e representantes dos 141 países que ratificaram
o acordo compareceram ao Jardim Botânico para
plantar mudas de 14 espécies de árvores
do Cerrado, como ipês, copaíbas, sucupiras,
jacarandás e jatobás. O Brasil ficou
representado por um ipê roxo, plantado pelo
secretário do Ministério do Meio Ambiente.
Protocolo- O Protocolo de Quioto foi o primeiro
passo concreto para combater as mudanças
climáticas globais. Ele estabelece metas
de redução de emissões de gases
para os países desenvolvidos, a serem atingidas
no período de 2008 a 2012.
O agravamento do efeito estufa, causado, principalmente,
pela queima de combustíveis fósseis
(petróleo, gás natural e carvão
mineral), atividades agrícolas, desmatamentos
e queimadas, está provocando mudanças
no clima do planeta. Segundo cientistas de diversos
países, essas mudanças podem levar
ao derretimento parcial ou até mesmo total
das calotas polares, provocando o aumento do nível
médio dos mares e alterações
na circulação oceânica. No caso
do Brasil, estima-se que o maior impacto será
na alteração do regime de chuvas e
da temperatura, com conseqüências diretas
sobre a agricultura e a biodiversidade. A Amazônia
poderá perder parte considerável de
suas espécies. A ocorrência de desastres
naturais e de quebras de safra também poderá
se tornar mais freqüente e intensa. O risco
de enxurradas e deslizamentos de terra tenderá
a aumentar.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom/MMA