Mudanças Climáticas
O aquecimento global, causado,
principalmente, pela queima de combustíveis
fósseis (petróleo, gás natural
e carvão mineral), atividades agrícolas,
desmatamentos e queimadas, está provocando
mudanças no clima do planeta. Segundo o
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC, sigla em inglês), que reúne
mais de dois mil cientistas de diversos países,
essas mudanças podem levar ao derretimento
parcial ou até mesmo total das calotas
polares, provocando o aumento do nível
médio dos mares e alterações
na circulação oceânica.
No caso do Brasil, estima-se que o maior impacto
será na alteração do regime
de chuvas e da temperatura, com conseqüências
diretas sobre a agricultura e a biodiversidade.
A Amazônia poderá perder parte considerável
de suas espécies. A ocorrência de
desastres naturais e de quebras de safra também
poderá se tornar mais freqüente e
intensa. O risco de enxurradas e deslizamentos
de terra tenderá a aumentar.
Protocolo
O Protocolo de Quioto foi o
primeiro passo concreto para combater as mudanças
climáticas globais. Ele prevê a redução
das emissões dos gases que provocam o efeito
estufa por parte dos países industrializados.
Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser
ratificado por países responsáveis
por pelo menos 55% das emissões. Essa meta
foi atingida em novembro do ano passado com a
adesão da Rússia, segundo maior
emissor de gases do mundo. O governo dos Estados
Unidos, os maiores emissores, com mais de 36%
do total mundial, optou pela não-ratificação.
O protocolo estabelece, ainda, três mecanismos
de flexibilização para facilitar
sua implemtnação: o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), a implementação
conjunta e o comércio de emissões.
O único que envolve a participação
de países em desenvolvimento, como o Brasil,
é o MDL, elaborado com base em uma proposta
brasileira. O MDL possibilita a transferência
de recursos e tecnologias limpas de países
desenvolvidos para países em desenvolvimento.
Estima- se que China, Brasil e Índia serão
os maiores receptores desse tipo de projeto.
Embora o Brasil não possua metas, há
um comprometimento voluntário do País
para redução de suas emissões.
O combate às queimadas e ao desmatamento
é o principal desafio brasileiro. O Ministério
do Meio Ambiente tem conduzido ações
que terão reflexo no modelo de desenvolvimento,
na ocupação da terra e no futuro
da Amazônia, bioma com importância
fundamental na regulação do clima
global. Entre as iniciativas governamentais, estão
o Plano de Desenvolvimento Sustentável
para a Área de Influência da BR-163
e o Plano para de Ação para a Prevenção
e o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia,
que integram o Plano Amazônia Sustentável.
O novo Programa Nacional de Florestas já
possibilitou o aumento significativo na área
de florestas plantadas. Entre 2002 e 2004, a área
plantada passou de 320 mil hectares para 475 mil
hectares. E a projeção para este
ano é de que a área chegue a 520
mil hectares. O cultivo de florestas é
fundamental para a fixação de carbono,
contribuindo para a redução dos
efeitos do aquecimento global.
O Brasil também ganhou quase três
milhões de hectares em áreas de
preservação desde 2003, área
semelhante a do Estado de Alagoas. Foram ampliadas,
ainda, as áreas dos parques nacionais Grande
Sertão Veredas (MG/BA) e da Floresta da
Tijuca (RJ) e da(RS). A criação
e consolidação dessas áreas
protegidas contribui para a preservação
de importantes ecossistemas e biomas.