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REUNIÃO
CRIOU ASSOCIAÇÃO E TIROU DÚVIDAS
DOS MORADORES DA RESEX
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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14/02/2005 A reunião
realizada na última sexta-feira e no sábado
(dias 11 e 12) em Carmelino, a três horas
de barco de Porto de Moz, dentro da Resex Verde
para Sempre, serviu para a criação
da Associação dos Moradores da Reserva.
Serviu também para que o governo federal
tirasse dúvidas da população
e informasse sobre ações e investimentos
na área. A reunião foi apoiada pelo
Programa de Áreas Protegidas da Amazônia
(Arpa/MMA) e Funbio.
Durante o encontro, a ministra Marina Silva anunciou
que este ano serão destinados R$ 22 milhões
para a implementação da reserva extrativista.
Apenas o Ministério do Meio Ambiente e o
Ibama estão investindo mais de R$ 5 milhões
no primeiro semestre para garantir a implantação
da área protegida e os direitos das populações
tradicionais. E o Incra repassará R$ 3,7
milhões para quinhentas famílias (R$
7,4 mil para cada família) até junho.
Esses recursos servirão para melhorias nas
casas e compra de equipamentos para qualificar a
produção. A previsão é
de que todas as 2,5 mil famílias da reserva
sejam atendidas em até dois anos. O Incra
e o Ministério da Justiça providenciarão
a emissão de documentos de identidade e de
certidões de nascimento para que todas as
famílias possam receber os recursos.
Conforme o presidente do Incra, Rolf Hackbart, esses
investimentos só foram possíveis com
a criação da resex, que é um
exemplo de como se obtém renda a partir da
preservação ambiental. Segundo ele,
a implementação da reserva trará
vantagens não só para as populações
que nela vivem, mas também para Porto de
Moz. "O comércio vai aquecer e a arrecadação
do município crescerá. Mas se os comerciantes
aumentarem os preços, as compras serão
feitas em outro local", advertiu.
Para auxiliar no combate ao desmatamento ilegal,
às queimadas e outros crimes na região,
está sendo montado um posto avançado
do Ibama e do Exército na região,
equipado com rádio, barracas e embarcações.
O posto estará em contato permanente com
a Base de Altamira, na qual foram aplicados mais
de R$ 1 milhão em equipamentos. Com o trabalho
conjunto do posto avançado e do Centro Nacional
de Populações Tradicionais (CNPT/Ibama),
será realizado um levantamento socioambiental
e será garantida a segurança dos cerca
de seis mil moradores da reserva. O custo para operação
do posto está estimado em R$ 500 mil por
ano.
As operações de fiscalização
conjuntas do Ibama e do Exército serão
intensificadas e contarão, inclusive, com
monitoramento aéreo e por satélite.
Serão, no mínimo, duas ações
a cada mês. A resex está em uma região
de conflitos sociais e fundiários e de exploração
ilegal de madeira. Nos últimos dias, quatro
balsas foram apreendidas transportando madeira ilegal
nos rios Jarauçú e Acaraí,
próximos à unidade de conservação.
"É possível colher árvores
como se colhem frutas, mas se isso for mal feito,
daqui há alguns anos não sobrará
mais nada. Não queremos uma economia de rapina,
onde tudo é devastado, deixando a pobreza
para quem não pode se mudar", explicou
a ministra Marina Silva.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom