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SOJA TRANSGÊNICA
PERDE MERCADO NA AUSTRÁLIA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2005
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Após
pressão dos consumidores, empresas responsáveis
pela maior parte das importações de
soja comprometeram-se a não usar transgênicos
na ração animal
14-02-2005 - Sydney,
Austrália - As três maiores empresas
australianas de criação de aves –
Inghams, Bartter Steggles e Baiada – comprometeram-se
a não utilizar soja transgênica na
ração animal. Juntas, as três
empresas respondem por cerca de 80% das vendas de
produtos avícolas australianos e também
são responsáveis pela maior parte
das 300 mil toneladas de soja importadas pelo país.
É na importação da soja que
a cadeia alimentar australiana é contaminada
pelos transgênicos.
“A opção pela importação
de soja convencional ajudará a manter a soja
transgênica fora da Austrália e pode
criar um precedente importante para outros países”,
disse Ventura Barbeiro, engenheiro agrônomo
do Greenpeace. “Esta é uma grande oportunidade
para o Brasil se candidatar como fornecedor de soja
não transgênica para o mercado australiano.
Entretanto, o Brasil certamente terá que
dar garantias que além de não transgênica
a nossa soja não venha de produtores que
destruíram a Floresta Amazônica para
produção do grão” concluiu
Barbeiro.
Segundo informações do Ministério
do Desenvolvimento do Brasil, o País exportou,
em 2004, 144 mil toneladas de soja para a Austrália
(1). Visto que o Brasil ainda possui uma grande
área cultivada com soja convencional, esta
iniciativa política da Austrália aponta
para que o país passe a importar cada vez
mais soja não transgênica brasileira.
Por ser a maior importadora de soja para fabricação
de rações na Austrália, a Inghams
foi o alvo principal dos consumidores que não
aceitam transgênicos. “Milhares de consumidores
telefonaram, enviaram e-mails, faxes e cartas exigindo
que a empresa parasse de utilizar soja transgênica
na alimentação das aves”, disse John
Hepburn, coordenador da campanha de engenharia genética
do Greenpeace Austrália.
“Esta é uma grande vitória do público
e mostra o poder dos consumidores. Este é
mais um dos casos onde a mobilização
dos consumidores muda a posição de
empresas, repercutindo inclusive sobre relações
comerciais entre países. Os consumidores
brasileiros podem usar o exemplo australiano para
conseguir que mais empresas se comprometam e eliminar
os transgênicos de seus produtos”, disse Gabriela
Couto, coordenadora da campanha de consumidores
do Greenpeace Brasil.
Notas:
(1) Dados fornecidos pelo sistema Aliceweb, para
código de consulta NCM 2304.00.90, bagaço
de soja e outros resíduos da extração
de óleo. A origem das exportações
foram: Paraná 22 mil toneladas, Santa Catarina
16 mil toneladas, Rio Grande do Sul 57 mil toneladas
e Mato Grosso 49 mil toneladas.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa