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ASSEMBLÉIA DO CONSELHO INDÍGENA COMPLETA 34 ANOS EM LUTA PELOS DIREITOS DOS POVOS DE RORAIMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005

21/02/2005 – A homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol esteve no centro das discussões da 34ª Assembléia do Conselho Indígena de Roraima (CIR), realizada na semana passada, na comunidade Maturuca, extremo nordeste do estado. Cerca de mil índios e convidados não-índios participaram do evento, que define as linhas de ação anuais do CIR. A assembléia teve como tema "Makunaima: vivo até o último índio". Trata-se de um resgate do herói mítico dos povos da região, que, na década de 60, uniram forças aos religiosos na defesa dos próprios direitos.

O padre Jorge Dalbem participou do movimento que deu origem ao conselho. Afastado das atividades para renovação espiritual, ele conta de como tudo começou. "No final dos anos 60, Igreja virou a página e iniciou um trabalho inovador. Desceu para a realidade e notou que ela estava completamente oposta ao que manda o evangelho, principalmente para os povos indígenas", revela Dalbem. "Os índios foram convidados a tomar conta da vida deles, responder ao desafio de uma vida digna com o apoio dos missionários. Nós somos apenas bons companheiros."

Em 1977, a assembléia passou por um dos momentos mais difíceis desde a sua criação. O padre lembra que a Polícia Federal proibiu o encontro por classificá-lo como oposição ao então governo militar. Diversos religiosos que até hoje lutam pela causa indígena estavam local, entre eles, Dom Tomás Balduíno. "Não havia nada de revolucionário ali. Os índios só estavam tomando consciência dos problemas, buscando soluções, adquirindo traquejo das coisas. Ainda assim, a mentalidade arcaica não permitiu que eles fossem respeitados", lamenta o padre Jorge Dalbem. "Essa mentalidade arcaica e racista permanece hoje. Muita gente ainda pensa que o índio não é capaz de nada, é manipulado por missionários. Os índios têm muita consciência, não querem mais voltar para a escravidão, eles se sentem bem na sua pele."

Para o religioso, se a Raposa Serra do Sol não for homologada, uma série de direitos estarão sendo desrespeitados. Dalbem considera que a não-homologação não é só uma enorme perda para um o povo daquela região, mas para todos os brasileiros. Sem a reserva, os índios estariam condenados ao desaparecimento. E, com isso, os brancos perderiam a oportunidade de conhecer um estilo de vida diferente e generoso.

"Essas comunidades já sofreram demais. Foram devastadas pelos garimpos, pelos agricultores e posseiros. Quando o CIR foi criado, as culturas indígenas estavam a beira da destruição total. Os índios tinham vergonha de falar sua língua, pintar o corpo", lembra o padre. "Agora, espontaneamente, eles se pintaram. As moças, devagarinho, deixaram de usar o sutiã. Eles estão se refazendo de maneira extraordinária, não querem mais voltar pra trás. Querem apenas viver, não tem nada de exagerado nisso."

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes

 
 
 
 

 

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