|
DEPUTADO DIZ QUE CRIMES
NO PARÁ SÃO ACOBERTIADOS POR
ESQUEMA BEM ESTRUTURADO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
|
 |
22/02/2005 - O relator
da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) criada para investigar grupos de extermínio
no Nordeste, deputado Luiz Couto (PT-PB), disse
hoje que o assassinado da missionária Dorothy
Stang é mais uma ação de grupos
de extermínio comandados por milícias
privadas que atuam no campo.
"Não tenho dúvida. São
milícias privadas que são uma outra
forma de extermínio, que atua principalmente
no campo, patrocinadas por latifundiários,
madeireiros, usineiros para eliminar qualquer forma
de reação", afirmou. De acordo
com o congressista, 250 pessoas estão envolvidas
com grupos de extermínio. "Se é
amigo do rei, não se faz nada, mesmo se o
amigo do rei estiver envolvido em atividades perigosas",
lamentou o deputado.
O parlamentar confirmou que apresentou requerimento
para que sejam prorrogados os trabalhos da CPI.
Luiz Couto afirmou ter sofrido pressões,
inclusive de deputados, para que retire nomes da
lista de indiciados. "Recebemos pedido para
que o nome de um parlamentar fosse retirado do relatório.
O nome dele não foi citado por nós,
mas por uma testemunha. Se ele não tem nada
a ver com a situação, que processe
a testemunha ou que demonstre que não está
vinculado a esta atividade criminosa", observou.
De acordo com o deputado paraibano, as investigações
da CPI concluíram que há uma forte
conexão entre os grupos de extermínio
e o crime organizado. Entre as principais vítimas,
estão lideranças de direitos humanos
e líderes do movimento de reforma agrária.
A CPI também constatou que os grupos de extermínio
têm um esquema de informação
bem estruturado e um para a obtenção
de armas. Os grupos atuam com apoio de policiais
civis e militares, de agentes penitenciários,
fazendeiros e ex-presidiários.
Couto vai propor, em seu relatório, que alguns
inquéritos sobre denúncias de extermínio
possam ser reabertos e tenham a investigação
acompanhada pelo Ministério Público.
O parlamentar afirma que, desde agosto passado,
o relatório com as conclusões das
investigações está pronto para
ser votado. Segundo ele, duas semanas são
suficientes para apresentação do texto,
acolhimento das sugestões dos membros da
CPI e votação do relatório
final.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Ellis Regina