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INPA LIDERA EXPEDIÇÃO
CIENTÍFICA NA REGIÃO DO ALTO
RIO NEGRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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25/02/2005 O Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa),
estará liderando, a partir desta sexta-feira
(25), uma expedição pelo Rio Negro,
com o objetivo de levantar aspectos sobre a biodiversidade
e ecologia de alguns grupos de organismos aquáticos,
como organismos aquáticos microscópicos
– fitoplâncton e zooplâncton –, algas
perifíticas (que vivem aderidas a plantas
aquáticas, troncos e pedras submersas) e
peixes. Outra finalidade é coletar dados
sobre o ambiente aquático propriamente dito,
ou seja, as características físico-químicas
da água.
Durante 15 dias, cientistas do Inpa – órgão
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT) –, do Instituto Militar de Engenharia
(IME) e da Universidade do Vale do Itajaí
(Univali), além de estudantes de pós-graduação
e de iniciação científica,
percorrerão o Rio Negro a bordo do barco
de pesquisas do Inpa, o Amanaí II.
As coletas serão realizadas apenas na ida,
com o percurso divido em seis segmentos: dois entre
Manaus e Barcelos e quatro entre Barcelos e São
Gabriel da Cachoeira. Em cada segmento, serão
escolhidos um afluente da margem esquerda e um da
margem direita, para a realização
das coletas. As equipes se dividirão em cinco
canoas menores para a realização das
amostragens e observações, e depois
voltarão ao barco para processar os dados
coletados. Estão previstas apenas duas paradas
para reabastecimento, uma em Barcelos e outra em
Santa Isabel.
"A nossa expectativa é encontrar coisas
novas porque muitas das coletas que faremos são
inéditas", afirma o pesquisador José
Antônio Alves Gomes, coordenador do Laboratório
de Fisiologia Comportamental (LFC) do Inpa. Ele
cita, como exemplo, um dos trabalhos específicos
da equipe do LFC: os estudos de especiação
biológica (processo pelo qual as espécies
vivas se diferenciam umas das outras) utilizando
os peixes-elétricos como modelo.
Além desse trabalho, estão previstas
outras atividades de pesquisas também inéditas
para essa região, como a utilização
de um robô subaquático para execução
de filmagens em profundidade, estudos sobre a hipótese
de o Rio Negro exercer uma barreira entre as margens
para dispersão de peixes de pequeno porte
e o levantamento de dados sobre a biodiversidade
e ecologia de comunidades de organismos planctônicos
e algas perifíticas, de forma a utilizar
estes grupos como indicadores de qualidade ambiental
e estudos mais acurados sobre o ciclo de carbono
e micronutrientes nos corpos d'água desta
bacia. O IME estará investigando aspectos
da navegabilidade do Rio.
Multiinstitucional
Paraná Pixuna
significa Rio Negro em tupi. Por essa razão,
a expedição foi batizada simplesmente
como Pixuna. "Acreditamos que ‘Expedição
Pixuna’ traduz o objetivo e o caráter multiinstitucional
do projeto", afirma Antônio Carlos Beaumord,
pesquisador do Laboratório de Estudos de
Impactos Ambientais (LEIA) da Univali. "É
um trabalho que fortalece a interação
entre as diferentes equipes e instituições,
ou seja, o Inpa está atuando de fato em parceria
com o IME, com a Univali, entre outros. A idéia
é que isso venha a ser mesmo uma prática,
de modo que possamos realizar novos projetos de
longa duração para monitorar os ambientes
aquáticos da Amazônia", completa
Gomes, que também é diretor do Inpa.
Para o cumprimento dessa agenda multidisciplinar,
além dos pesquisadores do LFC do Inpa e do
LEIA da Univali, participam ainda pesquisadores
dos Laboratórios de Fito e Zooplâncton,
e Citogenética de Peixes, também do
Inpa, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura
(Cena), Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA),
e da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
A expedição conta com recursos da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), uma
das instituições de fomento do MCT.
O custeio inclui despesas para transporte, alimentação
e estada de 28 pesquisadores e de sete tripulantes.
Está prevista, ainda, a realização
de nova expedição no período
de águas altas na Amazônia. A intenção
dos pesquisadores é tornar esse projeto uma
atividade constante com a realização
de, pelo menos, duas expedições por
ano. "Dessa forma, será possível
obter não apenas um diagnóstico dos
ambientes aquáticos desta bacia, mas também
o monitoramento ambiental das águas do Rio
Negro e seus afluentes", destaca o Beaumord.
As informações poderão ser
usadas no futuro para projetos de monitoramento
de longo prazo na bacia do Rio Negro.
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa