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PARÁ: MINISTROS
E LIDERANÇAS DO ESTADO DISCUTEM SITUAÇÃO
DO CONFLITO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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21/02/2005 - O ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu, se reunirá
amanhã, em Brasília, com lideranças
da região Oeste do Estado do Pará,
representantes do Grupo de Trabalho Amazônico
(Rede GTA), dos sindicatos e organizações
comunitárias da região, o procurador
geral da República, Cláudio Fontelles,
que está acompanhando as investigações
do assassinato da missionária Dorothy Stang,
e os ministros Marina Silva, do Meio Ambiente, e
Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário,
para discutir a situação no estado
e a segurança das pessoas que estão
sendo ameaçadas.
Segundo o secretário geral da Rede GTA, Adilson
Vieira, a pauta da reunião deve abordar a
segurança das lideranças que estão
sendo ameaçadas, a ampliação
das áreas de conservação, a
definição da federalização
das investigações sobre a morte de
Stang, entre outros assuntos. "Nosso objetivo
com essa reunião é sensibilizar o
ministro Dirceu e fazer um apelo para essa questão
da resolução dos problemas, mais especificamente
daquela região do Pará, e para a Amazônia
inteira", informou a presidente da Rede GTA,
Maria de Aquino.
Em entrevista à Rádio Nacional AM
de Brasília, Maria de Aquino disse que as
ações desenvolvidas pelo governo no
Pará são importantes, mas insuficientes.
"Não basta mandar somente força–tarefa
fazer a proteção às pessoas
ameaçadas. Temos que regularizar efetivamente
toda aquela situação fundiária
de desordenamento que está instalada hoje.
Muitas ações estruturais precisam
ser realizadas para que as famílias da região
consigam, de maneira sustentável, produzir
e proteger a questão ambiental, social e
cultural."
A presidente da Rede GTA destacou que, depois do
assassinato da missionária, o número
de ameaças se intensificou. "As lideranças
que são juradas de morte são muito
corajosas de permanecer naquela região. Quem
conhece lá sabe que, até hoje, tanto
a polícia local como os órgãos
de fiscalização, como o Ibama e o
Incra, são muito omissos nas resoluções
dessas questões e, muitas vezes, esses órgãos
são completamente desestruturados para isso.
Não têm a menor condição
de exercer seu papel", denunciou.
Além da reunião de amanhã,
a Rede GTA promoverá uma assembléia
geral com 600 lideranças da região,
em março, para discutir ações
concretas e imediatas para serem implementadas.
"A gente espera contar com a sensibilidade
não só do governo federal, mas dos
governos estaduais para resolverem essas questões
que são de total responsabilidade deles",
concluiu Maria de Aquino.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Juliana Borre