 |
CGEN APROVA SEGUNDO PROCESSO
PARA USO DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
|
 |
Órgão
é responsável pelo licenciamento do
uso de recursos genético e conhecimentos
tradicionais
O Conselho de Gestão
do Patimônio Genético (CGEN) do Ministério
do Meio Ambiente aprovou, semana passada, o segundo
processo para uso da biodiversidade brasileira com
repartição de benefícios. Com
isso, fica regularizado o trabalho da Natura com
o breu branco (Protium pallidum), utitilizado para
desenvolver uma linha de perfumes. A empresa desenvolveu
seus produtos com a planta amazônica a partir
de contatos com uma comunidade da Reserva Estadual
de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru,
no sul do Amapá, responsável pela
coleta do material no interior da Reserva. "Isso
mostra que é possível conciliar o
uso sustentável das riquezas naturais com
a garantia da soberania sobre os recursos genéticos
e a efetiva repartição de benefícios",
disse Eduardo Vélez, secretário-executivo
do CGEN.
O contrato firmado entre a Secretaria de Meio Ambiente
do Amapá, responsável pela gestão
da reserva, e a Comunidade do São Francisco
do Iratapuru, sob supervisão do CGEN, que
licencia o uso de recursos genéticos e conhecimentos
tradicionais no país, garante a repartição
de benefícios pelo uso correto da biodiversidade
brasileira. Além disso, o contrato também
prevê a implementação de um
projeto de desenvolvimento sustentável comunitário
para a população de Iratapuru e a
associação da imagem do estado do
Amapá na venda dos perfumes.
O primeiro processo para uso dos recursos genéticos
brasileiros em bases legais foi aprovado no fim
de setembro de 2004, o que permitiu à empresa
Quest Internacional do Brasil Ltda coletar amostras
de aromas de plantas do Pantanal no Mato Grosso
do Sul para o desenvolvimento de perfumes. A autorização
foi inédita no Brasil e resultou do esforço
do Ministério do Meio Ambiente para regulamentar
o setor.
O CGEN também aprovou, na última semana,
quatro pedidos de acesso ao conhecimento tradicional
de três populações indígenas
e de uma comunidade local para pesquisa científica.
O primeiro projeto é da Universidade de São
Paulo (USP) e envolve um levantamento e análise
das plantas manejadas na Terra Indígena Wajãpi,
no Amapá. Outros dois processos aprovados
permitirão à Embrapa promover a conservação
e o resgate de espécies tradicionalmente
cultivadas pelas comunidades indígena Kayabi-Ilha
Grande e da Aldeia Yawalapiti, no Parque Indígena
do Xingu, no Mato Grosso. Os objetivos são
preservar o conhecimento sobre as plantas cultivadas,
identificar, coletar e encaminhar para a conservação
as plantas alimentares tradicionais e seus parentes
silvestres. Em caso de perda, espéceis de
feijões, melancia, batata, banana, algodão,
mandioca, amendoim e milho poderão ser recuperadas
junto à Embrapa.
Por fim, o Instituto Agronômico de Campinas
trabalhará com resgate, caracterização
e conservação de variedades de milho
mantidas por comunidades da região do Vale
do Ribeira, em São Paulo. "A importância
dessas autorizações está em
garantir o respeito e a proteção dos
direitos das comunidades indígenas e locais
sobre os seus conhecimentos tradicionais",
conclui Vélez.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom