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DELEGADO VAI OUVIR NOVAMENTE
ACUSADOS DE MATAR IRMÃ DOROTHY
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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03/03/2005 - Os três
presos acusados de envolvimento no assassinato da
missionária Dorothy Stang, em Anapu (PA),
serão ouvidos novamente pelo delegado que
presidiu o inquérito na Polícia Civil,
Waldir Freire.
Ele quer a versão dos acusados sobre uma
possível tentativa de suborno para livrar
o intermediário e o mandante do crime. Acusado
de ter contratado os dois pistoleiros - Rayfran
Sales, o Fogoió, e Clodolado Batista, o Eduardo
- para assassinar a freira, Amair Cunha (Tato),
teria oferecido propina de R$ 10 mil para cada um
deles, em troca de darem uma nova versão
à polícia.
A proposta de Tato teria sido levada a Rayfran por
outro preso, que também estava detido no
presídio de Altamira. Quem informou a polícia
sobre a tentativa de suborno foi o próprio
Fogoió, quando os três presos estavam
sendo transferidos de Altamira para o Complexo Penitenciário
de Americano, em Santa Izabel do Pará, região
metropolitana de Belém.
"Ontem à tarde, no avião, Rayfran
confidenciou para mim que havia sido contactado
por um preso lá em Altamira, já que
eles estavam em celas separadas, para que ele mudasse
o depoimento e assumissem, ele e Clodoaldo, a autoria
do crime sem envolver o Tato e o Bida. Para isso,
ganhariam R$ 10 mil cada um", relatou o delegado.
O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida,
foi indiciado como mandante do crime e está
sendo procurado pelas polícias Civil e Federal.
Para Waldir Freire, a revelação mostra
que a polícia está no caminho certo.
"O Rayfran, quando diz que foi procurado por
Tato, em nome do Bida, para assumir o caso, em troca
de R$ 10 mil, leva à conclusão de
que eles estão assumindo de vez a participação
no crime", disse.
O delegado informou que pretende ir ainda hoje à
penitenciária de Americano para ouvir os
presos acusados de envolvimento no assassinato da
missionária. Os depoimentos serão
encaminhados à Justiça, que já
recebeu o inquérito policial.
Freire disse ainda que o presídio em que
eles se encontram dispõe de um rígido
esquema de segurança. "É um presídio
recém-inaugurado, com celas individuais.
Nem o advogado tem contato pessoal com os presos,
só através de telefone, por um visor.
É um controle bastante rígido, as
visitas são selecionadas, eles estão
em segurança", revelou.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Andrade