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FONTELES DIZ QUE VAI ANALISAR
REPRESENTAÇÃO CONTRA LULA
E CASO DOROTHY
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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02/03/2005 - O procurador-geral
da República Claudio Fonteles declarou que
vai analisar até o final da próxima
semana a representação criminal encaminhada
ao Ministério Público contra o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Fonteles,
a representação será encaminhada
logo após o procurador decidir se pede ou
não o repasse para a Justiça federal
das investigações e julgamento do
assassinato da missionária Dorothy Stang,
ocorrido na cidade de Anapu (PA). "Não
vou fazer fila. Não gosto de falar muito
sobre cronologia, mas são dois casos pra
gente meditar bastante, provavelmente, até
o fim da semana que vem", disse.
A representação acusa o presidente
de ter cometido crime de prevaricação
por admitir a existência de corrupção
em governos anteriores sem denunciá-las.
O procurador não quis antecipar conclusões,
mas afirmou que é fundamental não
trabalhar com frases isoladas. "Tenho que pegar
todo o contexto do discurso. Ler o discurso contextualizado
e aí examiná-lo", explicou.
As declarações do presidente Lula
foram feitas em discurso no Espírito Santo,
na semana passada. Após visitar obras da
Estação de Tratamento de Óleo
Fazenda Alegre, da Petrobrás, Lula disse
que, no início de seu governo, "um alto
companheiro" teria lhe dito que "o processo
de corrupção" em governos anteriores
"tinha sido muito grande".
Segundo Fonteles, é preciso levar em consideração
todo o contexto em que o discurso foi feito. "As
pessoas, o que elas estão dizendo? A pessoa
a diz: 'aqui tem tal coisa.' A pessoa b diz: 'aqui
tem tal coisa'. A c diz: 'aqui tem tal coisa'. Então,
elas próprias descontextualizam, ou puxam
do contexto, ou pegam o contexto todo. Eu vou ter
que pegar todo o contexto e aí responder
a todas as observações feitas e dizer
se algumas são procedentes, se não
são e por quê".
Após fazer uma visita de cortesia ao presidente
do Senado, Renan Calheiros, Fonteles lembrou que
foi criado no Ministério Público há
quinze dias uma coordenação de assuntos
internacionais que estuda parcerias com outros países
na área de investigação criminal.
Já foram firmadas cartas de intenções
com a Espanha e está em negociação
parceria com as Ilhas Jersey, considerada um paraíso
fiscal. "Isso significa que no momento da investigação
criminal a gente vai poder enviar documentos e trocar
informações".
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ellis Regina