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FUNASA: CRIANÇA
MORTA NÃO ESTAVA DESNUTRIDA NEM MORAVA
EM ALDEIA INDÍGENA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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Um menino indígena
morreu no último sábado (26) em Dourados,
Mato Grosso do Sul. Antes dele, cinco crianças
já haviam morrido de desnutrição
na região de Dourados. Entretanto, segundo
a Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), a causa da morte de Róbson Garcia
Fernandes, de dois anos, não foi a fome.
"Não tem nenhuma relação
com situação de desnutrição",
disse o diretor do Departamento de Saúde
Indígena da Funasa, Alexandre Padilha.
Ele esclareceu que a criança não morava
em área indígena. "A criança
morava em uma fazenda onde os pais trabalham, a
12 quilômetros de Dourados", informou
Padilha. "Encaminhamos um médico, e
suspeitava-se de um acometimento renal". Padilha
citou dados da Funasa de um acompanhamento médico
feito quando o menino morava na aldeia, demonstrando
que ele não teve em nenhum momento em situação
de desnutrição.
Dez médicos, cinco nutricionistas e dez enfermeiros
intensificaram as ações de atendimento
à saúde dos índios da etnia
Guarani-Kaiowá no fim de semana passado,
nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Segundo a
Funasa, no primeiro dia da ação foram
atendidas 192 crianças com até cinco
anos de idade, entre as 250 consideradas desnutridas.
O mutirão da saúde, como está
sendo denominada a ação, vai continuar
por tempo indeterminado, de acordo com o órgão.
Ainda segundo Padilha, a Funasa também esteve
na fazenda onde moram cerca de 45 indígenas,
que trabalham lá há 12 anos, para
fazer uma avaliação da saúde
daquela população. "Junto com
a Secretaria municipal de Saúde, avaliamos
que todas as crianças na fazenda estão
bem nutridas", afirma.
Hoje, a equipe de saúde retomou as visitas
domiciliares nas aldeias para dar prosseguimento
ao trabalho de avaliação das crianças
em situação de desnutrição.
Os profissionais também estão acompanhando
a saúde das 31 crianças internadas
no Centro de Recuperação Nutricional
de Missão Kaiowá e as que estão
em tratamento nos hospitais da Mulher, em Dourados,
e da Missão Kaiowá, 19 no total, com
diferentes patologias, segundo a Funasa.
Para o diretor de Saúde Indígena da
Funasa, a situação ainda preocupa,
mas o trabalho está sendo feito com vários
órgãos do governo federal. "Estamos
com o Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS), Ministério
do Meio Ambiente e Funai para tentar reduzir cada
vez mais o problema da desnutrição",
disse ele.
A comissão criada para coordenar as ações
de suplemento nutricional recebeu, neste fim de
semana, 50 quilos de leite. Hoje, chegam a Dourados
1.200 cestas básicas do Ministério
do Desenvolvimento Social. Ao todo, são 22,8
toneladas de alimentos.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Paula Menna Barreto