 |
NILMÁRIO MIRANDA
DIZ QUE ASSASSINOS DE FREIRA “SE ACHAVAM
ACIMA DO BEM E DO MAL”
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
|
 |
O ministro da Secretaria
Especial de Direitos Humanos da Presidência
da República, Nilmário Miranda, reafirmou
nesta segunda-feira que a violência no campo,
que resultou nas mortes de trabalhadores rurais
e da irmã Dorothy Stang, é uma reação
à política do governo contra o trabalho
escravo no país. "São pessoas
que se achavam acima do bem e do mal e que podiam
colocar a busca do lucro desenfreado a qualquer
custo, com vidas humanas ou colocando em risco o
futuro do nosso país. Com o fim disso, eles
reagem com o que sabem fazer, disseminando a morte
e a violência", avaliou.
Nilmário Miranda considera que, além
do combate ao trabalho escravo, ações
como o avanço da política de reforma
agrária na Amazônia ocidental, a defesa
das florestas, o combate a grilagem de terras e
ao desmatamento têm provocado as reações
criminosas.
O ministro participa da abertura do "Seminário
Internacional Saídas da Escravidão
e Políticas Públicas", que reúne
desta segunda à próxima quarta-feira,
no Itamaraty, representantes do poder público
brasileiro e de organizações não
governamentais nacionais e de 12 países das
Américas, África e Reino Unido.
Hoje, após a acareação dos
acusados pelo assassinato da missionária
Dorothy Stang, na Delegacia de Polícia de
Altamira, a comissão especial de parlamentares,
composta pelos senadores Ana Júlia Carepa
(PT-PA), Demostenes Torres (PFL-GO), Eduardo Suplicy
(PT-SP) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), relatou o envolvimento
do prefeito de Anapu, Luiz dos Reis Carvalho (PTB),
com os presos. O senador Demóstenes Torres
informou que Clodoaldo Carlos Batista ("Eduardo")
e Rayfran das Neves Sales ("Fogoió")
mencionaram o envolvimento do prefeito quanto ao
pagamento de um advogado para defendê-los.
O prefeito do município, que também
esteve presente na acareação, nega
as acusações.
Em série especial veiculada pela Rádio
Nacional da Amazônia, o prefeito de Anapu
descreveu seu relacionamento com a missionária.
"Conheço ela desde sua chegada há
aproximadamente 21 ou 22 anos. Então, ultimamente,
ela veio cumprir uma missão, à qual
levou até a morte, e a gente seguiu outro
destino, que foi o político, e, então,
nos distanciamos mais um pouco", relatou.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Lauro Moreno