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AMAPÁ APOSTA NO
BIODIESEL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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07/03/2005 O Amapá
está se preparando para ser um grande produtor
de biodiesel na região amazônica. Um
projeto de pesquisa e prospecção de
plantas nativas, do Governo do Estado em parceria
com a Embrapa Amapá(Macapá-AP), pretende
construir, em um ano, uma base tecnológica
à produção e uso do biodiesel,
a partir do beneficiamento de plantas nativas, gerando
emprego e renda, e preservando o meio ambiente.
Este projeto é a matriz que dará origem
ao Programa Amapaense de Biodiesel.
As ações já começaram.
Técnicos do Instituto de Pesquisas Científicas
e Tecnológicas do Estado do Amapá
– IEPA e da Embrapa estão mapeando os municípios
que produzem andiroba, pracaxi, buriti, piquiá
e inajá. Ainda este mês, segundo a
pesquisadora Valéria Saldanha Bezerra, coordenadora
das ações na Embrapa Amapá,
tem início a coleta das espécies oleaginosas.
O passo a seguir, de acordo com o cronograma do
projeto, será a pesquisa e avaliação
da viabilidade do uso de matérias-primas
para obtenção de biodiesel. O projeto
prevê também a capacitação
técnico-científica nas instituições
de pesquisas do Estado e a modernização
e credenciamento de laboratórios de análises
da qualidade dos produtos extraídos.
Com um orçamento de R$ 400 mil, o projeto
é bancado pela FINEP – Financiadora de Estudos
e Projetos, braço do Ministério da
Ciência e Tecnologia e o Governo do estado.
A coordenação geral é da Secretaria
Estadual da Ciência e Tecnologia. Vão
participar também das ações
as secretarias estaduais da Agricultura e do Meio
Ambiente, o Instituto de desenvolvimento Rural do
Amapá – Rurap, o Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural – SENAR e a Universidade Federal
do Pará.
Floresta preservada - Para fundamentar a proposta
de criação desse programa, os pesquisadores
têm um forte argumento: mais de 80 por cento
da população do Amapá está
concentrada nas áreas urbanas da capital,
Macapá; e do município de Santana.
Com isso, o estado tem cerca de 98 por cento da
floresta amazônica preservada, oferecendo
as condições ideais para a implantação
de pólos de produção de óleos
vegetais. O Amapá possui 16 municípios
e pouco mais de 500 mil habitantes, segundo o IBGE;
e é o estado mais preservado do País.
Quando o programa decolar, os pesquisadores acreditam
que o estado, a princípio, vai substituir
em 2 por cento o óleo diesel pelo biodiesel.
Hoje, para atender a demanda de energia elétrica
no interior, a Companhia de Eletricidade do Amapá
usa em média, todo ano, 20 milhões
de litros de diesel. A redução será
de 400 mil litros. O resultado das ações
será o desenvolvimento e adaptação
de tecnologias, mudando o perfil sócio-econômico
do agricultor familiar.
O chefe geral da Embrapa Amapá, Unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
órgão do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Newton Lucena,
vê esse trabalho como uma oportunidade da
empresa participar do desenvolvimento do estado,
através de uma política pública
“voltada à inclusão social de centenas
de pequenos agricultores”.
Um estudo do National Biodiesel Board, dos Estados
Unidos, divulgado no documento Biodiesel e Inclusão
Social, da Câmara dos Deputados, revela que
o Brasil tem condições de liderar
a produção mundial de biodiesel, “promovendo
a substituição de , pelo menos, 60
por cento do óleo diesel consumido no mundo”.
O mesmo documento revela que, comparado ao óleo
diesel derivado do petróleo, o biodiesel
pode reduzir em até 78 por cento as emissões
líquidas de gás carbônico. O
produto reduz também em 90 por cento as emissões
de fumaça e praticamente elimina as emissões
de óxido de enxofre.
Várias pesquisas e testes com óleo
de soja, mamona, girassol e dendê estão
sendo feitas em quase todo o País, na busca
do melhor biodiesel. Os testes são feitos
em ônibus urbanos, embarcações
e serviços postais. O biocombustível
surgiu no Brasil a reboque da crise mundial do petróleo,
no início da década de 1970. Foi quando
o brasileiro começou a testar o álcool
anidro, com 99,33 por cento de etanol, misturado
à gasolina, apostando assim no Programa Nacional
do Álcool, o PROALCOOL. A segunda fase do
programa, a partir de 1979, foi centrada na produção
de álcool hidratado para o uso direto como
combustível dos automóveis. Hoje,
o País é destaque mundial em biocombustível.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Fernanda Sinimbu)