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CASCA DE COCO VERDE NO
COMBATE À POLUIÇÃO
DO SOLO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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09/03/2005 O Brasil
produz anualmente cerca de 800 milhões de
cocos. Em cidades litorâneas, principalmente
aquelas com vocação turística,
as cascas de coco verde chegam a representar até
80% do volume total do lixo recolhido na orla marítima.
A saudável prática de beber água-de-coco,
entretanto, gera um grande problema ambiental, pois
de 80% a 85% do peso bruto do coco verde vem da
casca, resíduo que vai direto para os lixões
ou outras áreas inadequadas e leva mais de
oito anos para sua completa decomposição.
A grande quantidade de casca de coco gerada, bem
como a perspectiva de aumento expressivo da produção
e consumo do coco verde, propiciou a criação
do projeto Rotas Tecnológicas para o Aproveitamento
e Valorização da Casca de Coco, que
envolve uma rede nacional de instituições
de pesquisa, integrada pela Embrapa Agroindústria
Tropical (Fortaleza/CE), Centro de Tecnologia Mineral
(Cetem), Embrapa Instrumentação Agropecuária,
Embrapa Solos, universidades federais do Rio de
Janeiro (UFRJ), do Ceará (UFC), e de São
Carlos (UFSCar/SP), Cefeteq-RJ, PUC-RJ, e Unicamp.
O objetivo do projeto é estudar alternativas
tecnológicas, empregando a casca de coco
verde como matéria-prima principal em processos
como fermentação para produção
de proteína unicelular, imobilização
de enzimas, tratamento de efluentes industriais,
produção de condicionadores de solo
a partir de biocatálise (compostagem) e biorremediação
de solos contaminados.
Biorremediação
É no item
relativo à biorremediação de
solos contaminados que o Cetem, unidade de pesquisa
do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), sob a coordenação da pesquisadora
Andréa Rizzo, e a Embrapa Agroindústria
Tropical, coordenada por Gustavo Saavedra, trabalharão
no aproveitamento ambiental para o resíduo
do coco verde.
Os dois centros de pesquisa ficarão responsáveis,
dentro da rede institucional, pela parte relativa
à Utilização da Casca de Coco
Verde como Agente Estruturante para o Auxílio
à Biorremediação de Solos Contaminados,
estudo inédito no Brasil, que terá
duração de três anos. O projeto
tem como base o uso de um resíduo (casca
de coco) como auxiliar no tratamento de outro resíduo
(solo contaminado) por meio da biorremediação
(tratamento biológico).
A proposta é trazer contribuição
tecnológica para a questão da contaminação
de solos por poluentes orgânicos. O Cetem
e a Embrapa avaliam que a elevada potencialidade
do uso de microorganismos, aliada ao cada vez mais
freqüente emprego da biotecnologia nas questões
de caráter ambiental, indicam o tratamento
biológico como um dos mais promissores meios
de reduzir os efeitos adversos de poluentes nos
solos.
A biorremediação é um conjunto
de tecnologias que se baseia em processos microbiológicos
para converter poluentes ambientais em produtos
não tóxicos ou de baixa toxidez. Mas
a eficácia do processo pode ser limitada
por fatores relacionados à textura do solo,
principalmente em solos com elevados teores de argila
e silte, característicos de grande parte
do solo brasileiro. É nesse caso que se adiciona
material estruturante de origem orgânica como
a casca do coco verde.
O material estruturante aumenta a área superficial
e a porosidade, facilitando a difusão de
oxigênio por entre partículas sólidas.
Todos esses fatores contribuem conjuntamente para
o aumento da atividade microbiana e, conseqüentemente,
para o aumento da degradação do agente
poluidor.
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Vitor Hugo Marques)