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COMISSÃO VAI ANALISAR
PROJETO SOBRE GESTÃO DE FLORESTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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07/03/2005 A Câmara
criou na última sexta-feira comissão
especial para analisar o projeto de lei do Executivo
que permite o uso econômico sustentável
das florestas públicas brasileiras. Apesar
de os partidos ainda não terem indicado nomes
para compor a comissão, a proposta (PL 4776/05)
já enfrenta críticas.
O deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP),
por exemplo, considera que o novo sistema representa
um instrumento inteligente de gestão. Presidente
da CPI da Biopirataria e integrante da Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
ele entende, no entanto, que é preciso apontar
com mais clareza como os órgãos de
fiscalização vão impedir a
destruição da floresta. "Temos
que encontrar uma saída para ver o que entra
e o que sai. Senão, nós vamos estar
facilitando ainda mais a entrada de madeireiras
para explorar livremente nossa florestas."
Para o deputado João Alfredo (PT-CE) e também
integrante da Comissão de Meio Ambiente,
a preocupação com a fiscalização
é pertinente. Por isso, ele diz que é
preciso manter no projeto a previsão de destinar
aos órgãos fiscalizadores parte do
arrecadado com a concessão de uso. "A
idéia é que com a arrecadação
dessa concessão possa se fazer a estruturação
desses órgãos. Além disso,
há a previsão das auditorias ambientais,
que vão ser realizadas a cada cinco anos.
Estou apresentando uma emenda para diminuir esse
prazo para, no mínimo, três anos".
Escolha por licitação
O projeto estabelece
regras para a gestão de florestas públicas
para produção sustentável;
institui, na estrutura do Ministério do Meio
Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro
(SFB); e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal.
Nas regras para gestão de florestas públicas,
o projeto prevê que os interessados em administrar
os recursos florestais, mantendo a vegetação,
deverão participar de licitação.
Pela proposta, o vendedor que apresentar o melhor
preço e o programa de menor impacto ambiental
e maior benefício socieconômico, receberá
o direito de uso, mas não a posse da terra.
O projeto prevê que não serão
destinadas à concessão áreas
onde já existam comunidades tradicionais,
assentamentos florestais ou projetos de desenvolvimento
sustentável. Antes de se estabelecer uma
região para manejo, também devem ser
definidas unidades de conservação.
Em dez anos, o Ministério do Meio Ambiente
espera que apenas 3% da Amazônia seja destinada
à concessão, gerando uma receita de
mais de R$ 180 milhões em impostos e criando
cerca de 140 mil empregos diretos.
Um dos principais objetivos da proposta é
inibir a grilagem de terras.
Fonte: Câmara de Deputados
(www.agencia.camara.gov.br)
Assessoria de imprensa (Ana Raquel Macedo e Paulo
Cesar Santos)