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FISCAIS APREENDEM MADEIRA
ILEGAL NA RESERVA EXTRATIVISTA VERDE PARA
SEMPRE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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(09/03/05) - O Ibama
apreendeu 2.852 metros cúbicos de madeira
em toras, retiradas ilegalmente da recém-criada
reserva extrativista Verde para Sempre, localizada
no município de Porto de Moz (PA). A operação,
realizada neste fim de semana em conjunto com o
Exército e a Polícia Federal, flagrou
também uma balsa carregada com 800 metros
cúbicos de toras que o Ibama está
checando a autenticidade dos documentos apresentados
pelo condutor.
A fiscalização na reserva integra
o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia.
Este ano é a segunda grande apreensão
de madeira dentro da área da Verde para Sempre,
totalizando 4.052 metros cúbicos. Desta vez,
o Ibama multou o fazendeiro Wagner Lazarini em R$
1,14 milhão por desmate ilegal em reserva
protegida por lei. Os fiscais suspeitam que as toras
seriam levadas para beneficiamento em serrarias
clandestinas na região do Xingu.
O presidente do Ibama, Marcus Barros, defende novas
operações na Verde para Sempre. "As
unidades de conservação são
nosso tesouro, últimas trincheiras de preservação
e de obstáculo ao desenvolvimento predatório,
onde se pode reduzir os danos ambientais."
Barros avisa que não é possível
continuar a explorar recursos florestais, na área
de 1,3 milhão de hectares da Verde para Sempre,
como vinha sendo feito antes de novembro do ano
passado quando se criou a reserva. Ele espera sensibilizar
a opinião pública de que a unidade
de conservação de uso sustentável
deve ser um exemplo de como a indústria madeireira
pode explorar os recursos de forma sustentável
por meio de manejo.
As atividades econômicas em uma reserva extrativista
deverão ser aprovadas pela comunidade, que
detém o direito de uso exclusivo dos recursos
naturais da reserva. As famílias que, tradicionalmente,
vivem na região poderão comercializar
madeira extraída da reserva, mas desde que
a opção tenha sido acordada entre
toda a comunidade e que siga plano de manejo previamente
autorizado.
Valorizada
A maioria da madeira
apreendida na reserva extrativista Verde para Sempre
era de maçaranduba e muiracatiara. O chefe
do escritório regional do Ibama em Altamira,
Elielson Soares Farias, informa que o metro cúbico
dessas espécies é comercializado a
R$ 400,00 ou R$ 500,00.
Elielson participou da fiscalização
em Porto de Moz (PA). Segundo ele, foram localizadas
duas esplanadas - áreas desmatadas - dentro
da reserva. Aparentemente, uma das áreas
tinha plano de manejo. Mas a outra estava sem autorização.
O Comitê de Desenvolvimento Sustentável
de Porto de Moz foi nomeado fiel depositário
das toras apreendidas na margem esquerda da rio
Gipuru, afluente do rio Acari.
Homens do Ibama, do Exército e da Polícia
Federal ainda sobrevoaram áreas próximas
para checar denúncia de que outras mil árvores
tinham sido derrubadas irregularmente na região.
Não foi possível comprovar a informação,
mas a equipe deve retornar ao local.
O chefe do escritório disse que o desmatamento
na Verde para Sempre foi acelerado com a notícia
de criação da reserva e da suspensão
de planos de manejo autorizados anteriormente. Segundo
apurou, houve casos de madeireiros que colocaram
30 homens equipados com motosserras para derrubar
uma grande quantidade de árvores em curto
espaço de tempo.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Sandra Sato e Edson Gillet)