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GOVERNO DÁ CONTINUIDADE
AO PROGRAMA DE ELIMINAÇÃO
DE CFCs
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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09/03/2005 O Ibama e o Senai repassam nos próximos
dias ao Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) uma lista com 912
refrigeristas que foram capacitados em recolhimento,
armazenagem e reúso de CFCs, gases que prejudicam
a camada de ozônio, responsável pela
proteção dos seres vivos das radiações
solares. Todos os profissionais estão inscritos
no Cadastro Técnico Federal e foram treinados
no ano passado em unidades do Senai em São
Paulo e no Rio de Janeiro.
NASA  |
Em
seguida, o PNUD abrirá inscrições
para que empresas se candidatem para receber
equipamentos de recolhimento e de reciclagem
desses gases. Essas ações darão
continuidade ao trabalho desenvolvido pelo
governo federal para a eliminação
dessas substâncias no país. Os
CFCs são formados por cloro, flúor
e carbono e são utilizados em refrigeradores
domésticos, comerciais e industriais
para absorver o calor e jogá-lo para
fora do aparelho. No entanto, o chamado "gás
de geladeira" dos aparelhos antigos prejudica
a camada de ozônio quando é liberado
no meio ambiente. |
Estima-se que existam
no Brasil cerca de 36 milhões de refrigeradores
funcionando com CFCs nocivos à camada de
ozônio. São aparelhos fabricados até
1999, quando o país proibiu a produção
desses equipamentos com o gás e as indústrias
o substituíram por substâncias que
não prejudicam o meio ambiente. Em nível
global, a produção chegou 1000 mil
toneladas de clorofluorcarbonos, em 1986. A utilização
indiscriminada desses gases tornou a camada muito
fina em alguns pontos (o chamado buraco) e prejudicou
sua capacidade de proteger a vida na Terra dos efeitos
nocivos dos raios solares (foto). Em função
disso, desde os anos 80, com a Convenção
de Viena (1985) e com o Protocolo de Montreal (1987),
vários países vêm trabalhando
para que esses gases sejam substituídos por
outras substâncias, o que deverá resultar
na futura recuperação da camada.
A resposta nacional para o problema veio com o Programa
Brasileiro de Eliminação da Produção
e Consumo das Substâncias que Destroem a Camada
de Ozônio, de 1994, que conta com US$ 27 milhões
(aproximadamente R$ 72 milhões) para eliminar
do país os CFCs e treinar até 35 mil
técnicos em refrigeração nos
próximos anos. O trabalho é coordenado
pelo Ministério do Meio Ambiente, executado
pelo Senai e tem apoio do PNUD e da GTZ (Sociedade
Alemã para Cooperação Técnica).
Fazem parte do programa brasileiro o treinamento
de refrigeristas, que conta com US$ 3,7 milhões
(cerca de R$ 10 milhões), e o recolhimento
e reciclagem dos CFCs antigos, até sua completa
eliminação. O curso começou
em julho do ano passado em unidades do Senai em
São Paulo e no Rio de Janeiro, estados com
grande consumo desses gases. Com o treinamento,
os refrigeristas estarão capacitados a recolher,
armazenar e entregar o material para reciclagem,
não permitindo que o CFC vaze durante reparos
em refrigeradores, por exemplo. Este ano, o treinamento
também acontecerá em Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A meta
do MMA é treinar outros seis mil técnicos
em 2005.
Para participar do programa de recolhimento e de
regeneração desses gases, as empresas
devem atender à Portaria 159/2004 do Ministério
do Meio ambiente, que pede: consumo mínimo
de cinqüenta quilos por ano de CFCs; pelo menos
um técnico aprovado no treinamento; cadastro
no Ibama; e dispor de meio adequado para transporte
dos equipamentos. Terão prioridade as empresas
que tiverem o maior numero de técnicos treinados
e aprovados. Além disso, as empresas serão
obrigadas a manter o Ibama informado sobre o comércio
de substâncias que prejudicam a camada de
ozônio. Cada empresa que for habilitada, receberá
um valor pelo quilo de CFC recolhido e encaminhado
para uma central de reciclagem. Todo o gás
recuperado será então vendido e voltará
ao mercado em melhores condições de
uso.
Ano passado, também começou a capacitação
de oficiais de alfândega e de autoridades
de portos e aeroportos, com um investimento de US$
140 mil (cerca de R$ 375 mil), até 2006.
Nas alfândegas, o objetivo é treinar
os funcionários para que identifiquem o CFC,
controlando a entrada ilegal do gás no país.
Cadastro
Federal
Com o Cadastro Técnico
Federal, o Ibama controla e monitora atividades
que podem causar poluição e a extração,
produção, transporte e comercialização
de produtos perigosos ao meio ambiente. As substâncias
que agridem a Camada de Ozônio estão
incluídas nesse controle. É obrigatório
o registro de todas as pessoas físicas ou
jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente
poluidoras e/ou a extração, produção,
transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom
Foto: NASA