No norte da Lapônia, muitos índios Sámi ainda criam rebanhos de rena e dependem dos remanescentes florestais para alimentar os animais durante os meses de inverno rigoroso. Os Sámi têm lutado sozinhos para manter seu modo de vida tradicional, pedindo ao governo finlandês para parar com a exploração de madeira em áreas de floresta consideradas importantes para a manutenção de seus rebanhos de rena. Mas, historicamente, o governo da Finlândia tem priorizado outras formas de uso da terra em detrimento da criação de renas e as florestas usadas pelos rebanhos dos Sámi foram, pouco a pouco, reduzidas pela Metsähallitus, a madeireira do governo responsável pela maior parte da exploração.
Cerca de 70% da madeira explorada pela Metsähallitus nas áreas usadas pelos Sámi são destinadas à produção de papel e celulose (2). A gigante de papel finlandesa StoraEnso é a maior compradora da madeira proveniente da destruição das florestas dos Sámi. A destruição das florestas das renas resulta em revistas, papéis e envelopes, que são consumidos pelos europeus.
“Infelizmente, estamos nos aproximando rapidamente de um ponto sem volta. A Metsähallitus está explorando madeira de um dos últimos remanescentes florestais onde ainda é possível encontrar a vegetação que é a base da alimentação dos rebanhos de rena no inverno”, disse Liimatainen. “A floresta da qual os Sámi e seus rebanhos de rena dependem para sobreviver está sendo transformada em revistas, envelopes e até papel higiênico”.
Várias cooperativas de criadores de rena enviaram recentemente uma carta ao Ministro de Florestas e Agricultura da Finlândia, pedindo que o governo decrete uma moratória nas áreas de floresta mapeadas. O Greenpeace e outros grupos ambientalistas finlandeses apoiam estas demandas e também escreveram para o governo finlandês pedindo ação imediata.

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