 |
MEMBROS DO MINISTÉRIO
PÚBLICO TAMBÉM CRITICAM PEDIDO
DE FEDERALIZAÇÃO DA MORTE
DA FREIRA NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
|
 |
08/03/2005 – Outra
associação nacional criticou a decisão
do procurador-geral da República, Cláudio
Fonteles, de pedir a federalização
da ação penal do assassinato da missionária
Dorothy Stang. Depois da Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB), foi a vez da
Associação dos Membros do Ministério
Público (Conamp) criticar em nota oficial,
nesta segunda-feira (07), "qualquer ato de
deslocamento de competência para esfera federal
por ato do Exmo. Sr. Procurador-Geral da República".
A Conamp elencou oito motivos pelos quais a transferência
do caso Dorothy para a Polícia Federal seria
inconstitucional. Entre eles, a definição
por critérios considerados subjetivos para
a transferência das investigações,
como "violação de direitos humanos".
A nota acusava ainda que a federalização
dos crimes geraria "descriminação
odiosa, pois desconfia de instituições
do Estado-membro (Ministério Público
Estadual e Justiça Estadual)".
A Comissão Nacional de Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação
Nacional dos Procuradores da República (ANPR),
junto à Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e à Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), defende
a federalização. A argumentação
favorável à mudança é
a mesma para todos: o assassinato é um crime
contra os direitos humanos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai
analisar o pedido de Cláudio Fontelles para
federalizar as investigações do crime.
Na sexta-feira (4), a ministra do STJ, Eliana Calmon,
disse que, aparentemente, o crime é da jurisdição
da União. "É com base nos direitos
humanos defendidos pela freira que o procurador
deve puxar a competência para a área
federal", afirmou. Segundo a ministra, o texto
da Emenda Constitucional 45, que prevê a transferência
dos casos envolvendo direitos humanos para a esfera
federal, é auto-aplicável, ou seja,
não precisa de regulamentação.
Os acusados do assassinato da freira – Rayfran das
Neves Sales, o Fogoió; Clodoaldo Carlos Batista,
o Eduardo; e o fazendeiro Vítor Miro Bastos
de Moura, o Bida – foram transferidos na quinta-feira
(03) da prisão na cidade de Altamira (PA)
para o presídio de segurança máxima
de Americano, em Santa Isabel do Pará.
Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros na
manhã do dia 12 de fevereiro, quando ia para
um encontro onde seria organizado um mutirão
para construção de um salão
comunitário no assentamento Esperança,
a 45 quilômetros de Anapu (PA). Ela morava
na região há 27 anos.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)