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COMITÊ DECIDIRÁ
SE AUTORIZA VOLTA DA CAÇOEIRA NA
PESCA DA LAGOSTA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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(16/3/05) - Deputados,
senadores e representantes do setor ligado à
pesca da lagosta pediram hoje ao presidente do Ibama,
Marcus Barros, a liberação do uso
da caçoeira (rede de pesca considerada predatória)
proibido a partir de janeiro deste ano. Barros afirmou
que remeterá ao Comitê de Gestão
do Uso da Lagosta a reivindicação
do setor. A caçoeira foi suspensa após
acordo assinado por todos os representantes do setor.
Em dezembro, o Ibama criou o comitê, que ratificou
o acordo.
Além dos pescadores, industriais, armadores
e governo, o comitê congrega ainda pesquisadores
e cientistas que condenam a caçoeira devido
às ameaças que o equipamento oferece
às duas espécies que ocorrem no litoral
brasileiro. O comitê tem a função
de definir, em conjunto, as regras para o setor
levando em consideração os aspectos
sociais, econômicos e ambientais.
Com o fim da suspensão da pesca da lagosta
para o período de reprodução
das espécies (defeso) no próximo dia
30 de abril, o setor quer se antecipar e garantir
a volta do equipamento proibido. A decisão
depende de alteração na regulamentação
de pesca. O presidente do Ibama se comprometeu em
buscar uma saída para o problema de modo
a preservar os recursos naturais.
A proibição do uso da caçoeira
a partir de 2005 está na Instrução
Normativa 32/04. A suspensão da proibição
do equipamento como quer o setor dependerá
da decisão dos membros do comitê.
Esta foi a quarta tentativa feita pelo Ibama de
banir definitivamente a caçoeria da pesca
da lagosta. A primeira foi em janeiro de 2002, por
meio de Instrução Normativa (001/02)
que suspendia o equipamento a partir de maio daquele
ano. Como o setor argumentara à época
de que não conseguiria sobreviver sem usar
a rede de caçoeira, o Ibama prorrogou o prazo
para 31 de dezembro de 2002. Nova prorrogação
levou o prazo limite para 31 de agosto de 2003.
A última data tolerada foi 31 de dezembro
do ano passado.
Alerta
A lagosta - que,
junto com o camarão, representa 66% dos produtos
pesqueiros exportados pelo Brasil - está
sendo explorada além dos limites que natureza
precisa para repor os estoques. O excesso de captura
e as práticas predatórias, fizeram
a produção nacional do crustáceo
cair de 10 mil toneladas/ano na década de
90 para cerca de 6 mil toneladas nos últimos
anos.
Além de comprometer a balança comercial,
a queda de produção coloca em risco
também a indústria pesqueira e a sustentabilidade
dos estoques para o futuro. Estima-se que cerca
de 150 mil pessoas estejam diretamente envolvidas
com o setor lagosteiro em atividades diversas que
vão desde a construção e manutenção
de embarcações até a fabricação
e transporte de gelo para acondicionamento do pescado.
Somente a frota lagosteira emprega oficialmente
cerca de cinco mil pessoas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Jaime Gesisky)