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JUIZ DO PARÁ VAI
OUVIR TRÊS ENVOLVIDOS NO ASSASSINATO
DA MISSIONÁRIA DOROTHY STANG
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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14/03/2005 - O juiz
titular da Comarca de Pacajá, Lucas do Carmo
de Jesus, ouve amanhã (15), às 9 horas,
os três presos acusados de envolvimento no
assassinato da missionária Dorothy Stang
em Anapu (PA). Rayfran das Neves Cunha, o Fogoió,
Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Amair Feijoli
da Cunha, o Tato, serão interrogados no Complexo
Penitenciário de Americano, localizado no
município de Santa Izabel do Pará,
região metropolitana de Belém.
Os três presos foram transferidos da penitenciária
de Altamira para o presídio de segurança
máxima no início deste mês.
Acusado de ser o mandante do crime, o fazendeiro
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, continua foragido.
Bida, Tato, Fogoió e Eduardo foram denunciados
pelo Ministério Público do Estado
do Pará como co-autores e responderão
por homicídio duplamente qualificado (motivo
torpe e impossibilidade de defesa da vítima).
Eles podem ser condenados a penas que variam entre
12 a 30 anos de prisão, em regime fechado.
Naturalizada brasileira, a missionária foi
assassinada com seis tiros na manhã do dia
12 de fevereiro, quando ia para um encontro onde
seria organizado um mutirão para construção
de um salão comunitário no assentamento
Esperança, a 45 quilômetros de Anapu
(PA). A freira, que defendia os trabalhadores rurais
e lutava pela preservação do meio
ambiente, morava na região há 27 anos.
Laudo do exame de balística realizado pelo
Instituto de Criminalística do Centro de
Perícia Científica Renato Chaves,
em Belém, confirmou que o revólver
calibre 38 encontrado na fazenda de Bida foi a arma
usada para matar Dorotthy Stang. Na última
sexta-feira (11), o delegado da Polícia Civil
Waldir Freire, que conduz o inquérito sobre
o caso, encaminhou o laudo ao juiz Lucas do Carmo
de Jesus.
A competência sobre o caso poderá ser
deslocada da Justiça do estado para a Justiça
Federal, caso o Superior Tribunal de Justiça
(STJ) apresente decisão favorável
ao pedido de federalização das investigações
e do julgamento de todos os envolvidos no crime,
encaminhado pelo procurador-geral da República,
Cláudio Fonteles, no último dia 4.
O relator é o ministro Arnaldo Esteves Lima
e o pedido será julgado pela Terceira Seção
do STJ. De acordo com a assessoria do tribunal,
a data para o julgamento sobre a federalização
ainda não foi definida, porque o STJ aguarda
o envio de informações sobre o caso,
que já foram solicitadas ao Tribunal de Justiça
do Estado do Pará.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Juliana Andrade