 |
MMA AGUARDA DECISÃO
JUDICIAL SOBRE PARQUE NACIONAL DE ITAJAÍ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
|
 |
17/03/2005 - O Ministério
do Meio Ambiente aguarda uma decisão da Justiça
para dar continuidade à implementação
do Parque Nacional da Serra do Itajaí (foto),
que abrange parte de nove municípios do Vale
do Rio Itajaí, em Santa Catarina. A unidade
de conservação foi criada por decreto
presidencial em 4 de junho do ano passado, véspera
do Dia Mundial do Meio Ambiente, para garantir a
preservação da flora, da fauna, das
águas e da qualidade de vida das populações
daquela região. No entanto, o juiz-substituto
da 2ª Vara Federal de Blumenau (SC), Edilberto
Barbosa Clementino, suspendeu a criação
do parque em 6 de setembro. Sua principal alegação
foi a de que deveriam ter sido realizadas audiências
públicas em todos os municípios envolvidos.
O Ministério do Meio Ambiente recorreu da
decisão junto ao Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (Porto Alegre/RS) e aguarda,
há mais de cinco meses, uma decisão
da Justiça. "Foram realizados quatro
amplos debates públicos em Indaial, Apiúna
e Blumenau, como pede a legislação.
Não é necessário promover audiências
em todos os municípios atingidos", explicou
Gustavo Trindade, consultor-jurídico do Ministério
do Meio Ambiente. O parque também inclui
áreas de Ascurra, Botuverá, Gaspar,
Guabiruba, Presidente Nereu e Vida Ramos. Moradores
desses municípios também participaram
das audiências públicas promovidas
pelo MMA.
A indefinição sobre o futuro do parque
tem causado apreensão entre os moradores
do entorno da área protegida e incentivado
a ação de caçadores e madeireiros
ilegais. Além disso, prefeitos da região
estariam criando Áreas de Preservação
Ambiental (APAs) em locais destinados à implementação
do parque nacional. No entanto, essas unidades de
conservação são menos restritivas
quanto ao uso dos recursos naturais. "Isso
pode trazer prejuízos futuros quanto a qualidade
e a quantidade da água que abastece mais
de quinhentas mil pessoas nas cidades da região",
disse Wigold Schäffer, diretor de Mata Atlântica
do MMA.
Com 57 mil hectares, área maior que a de
Florianópolis (SC), o parque tem grande potencial
para atrair atividades como o turismo ecológico,
gerando empregos e revelando novas vocações
para a região. A nova unidade de conservação
abriga nascentes de rios e centenas de espécies
de animais e de plantas, algumas endêmicas
(só existem ali) e/ou ameaçadas de
extinção, como a canela-preta, canela-sassafrás,
xaxim, gavião-pombo e papagaio-de-peito-roxo.
A faixa de entorno foi fixada em apenas quinhentos
metros, atendendo a uma reivindicação
da população local, onde serão
mantidas atividades agrícolas e pastoris,
conciliáveis com a existência do parque.
A área protegeria, ainda, a terceira maior
reserva de Mata Atlântica brasileira, o bioma
mais ameaçado do país, com menos de
8% de sua área original.
A criação de uma unidade de conservação
na Serra de Itajaí era discutida há
décadas. A proposta foi aprimorada pelo Conselho
Estadual da Reserva da Biosfera e apresentada ao
MMA em 2000. Em agosto de 2001, Ministério,
Ibama e Comitê Estadual da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica iniciaram estudos detalhados
sobre a região do Parque. O trabalho foi
concluído em abril de 2004, com a participação
do Governo de Santa Catarina, universidades locais,
organizações da sociedade civil e
Conselho Estadual da Reserva da Biosfera.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom