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SOBREPOSIÇÕES
INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2005
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São quase
13 milhões de hectares sobrepostos. O Brasil
tem hoje 55 casos de sombreamento – áreas
coincidentes – entre terras indígenas e unidades
de conservação da natureza. Por causa
disso, o debate atual em torno desse assunto reúne
posições diversas e muitas vezes polêmicas.
Por exemplo, os índios contribuem ou não
para a preservação ambiental nas áreas
sobrepostas?
A pergunta é uma das principais motivações
do livro Terras Indígenas e Unidades de Conservação
da Natureza – O Desafio das Sobreposições,
coordenado pela antropóloga Fany Ricardo,
e lançado esta semana em São Paulo
pelo Instituto Socioambiental (ISA). A obra dá
a voz a vários atores – biólogos,
advogados, sociólogos, antropólogos
e filósofos, entre outros – que abordam a
complexidade do tema.
As quase 700 páginas da obra, que analisam
tanto áreas amazônicas como da Mata
Atlântica, partem do pressuposto de que as
terras indígenas têm um valor inquestionável
para os índios e para a preservação
ambiental. Estatísticas apresentadas ajudam
a defender a tese.
O ISA constatou que as áreas indígenas
sofreram um desmatamento, em 2003, da ordem de 1,14%.
Nas unidades de conservação federais
o número chegou a 1,4% e, nas estaduais,
7,01%. Fora das áreas protegidas, o índice
de desmatamento no país, em 2003, foi de
18,96%.
Em linhas gerais, os autores do livros defendem
a tese de que apenas um diálogo menos precário
entre as diversas instituições indigenistas
e ambientais poderá equacionar os vários
conflitos que estão mapeados no livro. Como
foi visto recentemente em vários conflitos
na Amazônia, tanto as terras indígenas
como as unidades de conservação estão
ameaçadas por outros motivos. Grileiros,
madeireiros e garimpeiros fazem parte dessa lista.
Fonte: Agência Fapesp (www.agencia.fapesp.br)
Assessoria de imprensa