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DEPUTADOS FEDERAIS VISITAM
DOURADOS E CONSTATAM PÉSSIMAS CONDIÇÕES
DE MORADIA DOS INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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24/03/2005 - A má
distribuição de água na Reserva
Indígena de Dourados e as péssimas
condições de moradia da população
foram os pontos destacados pelo deputado João
Grandão (PT-MS), como os mais críticos
nesta região do Mato Grosso do Sul. Segundo
ele, em 3,5 mil hectares vivem 11 mil índios
e apenas 30% da reserva recebe água potável.
Integrante da Comissão Externa da Câmara
dos Deputados que investiga as mortes de crianças
indígenas relacionadas à desnutrição
no estado, João Grandão afirma que,
dos depoimentos e visitas que já foram feitas
pelos parlamentares, pode-se verificar que o problema
da desnutrição é mais complexo
do que eles imaginavam. "Nós constatamos
o problema da subnutrição em várias
aldeias do Mato Grosso do Sul tem vários
fatores. A terra e a água talvez sejam os
principais, mas também tem a desestruturação
das famílias. São vários fatores
que em conjunto levam a esse quadro", diz.
Na tentativa de solucionar o problema, o deputado
Fernando Gabeira (PV-RJ), também integrante
da Comissão, propôs a antecipação
dos recursos e uma contribuição maior
de verbas para o município. Cada deputado
da comissão deve apresentar emendas no valor
de R$ 250 mil e o restante da verba, cerca de R$
500 mil, sairia dos ministérios da Saúde
e da Integração Nacional.
Segundo João Grandão, o prefeito de
Dourados, Laerte Tetila (PT), disse em depoimento
que faltam cerca de R$ 2 milhões para a conclusão
da rede de distribuição de água
para os índios. Além disso, o prefeito
teria afirmado que o crescimento populacional na
reserva é um dos pontos que contribui para
os problemas na comunidade. "Após os
depoimentos, a comissão solicitou um projeto
emergencial à prefeitura de Dourados para
resolver a questão da distribuição
de água na reserva", enfatiza João
Grandão.
Para a relatora da Comissão, deputada Perpétua
Almeida (PCdoB-AC), a situação em
Dourados é muito complicada. "O problema
é muito mais grave e a tendência é
acentuar mais, se não houver uma medida urgente
dos governos federal, estadual, das prefeituras
e dos próprios empresários da cidade",
diz.
Segundo os parlamentares, até o final de
abril deve ser apresentado um relatório com
todas as sugestões e propostas para solucionar
o problema no estado. "Vamos fazer um processo
de discussão. São várias as
situações que estamos apurando e vamos
arrumar alguma alternativa. Quanto à desnutrição,
já identificamos que não é
um problema de agora, que vem de muito tempo, é
conseqüência. Vamos conversar com a Funasa,
que foi bem criticada quanto a forma que desenvolve
a saúde indígena e também com
a Funai", conclui.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Christiane Peres