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DIRETOR É CONTRA
CRIAÇÃO DE CADASTRO DE ONGs
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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23/03/2005 - O diretor-geral
da Associação Brasileira de Organizações
Não-Governamentais (Abong), Jorge Eduardo
Durão, disse que tem uma posição
de "defesa intransigente da soberania brasileira
sobre a Amazônia" e que as organizações
não-governamentais (ONG’s) contribuem nesse
sentido "de maneira significativa". A
afirmação está no documentário
"Amazônia-terra cobiçada",
na reportagem "A força do terceiro setor",
veiculada hoje (23) nos programas das rádios
Nacional da Amazônia e de Brasília,
com sonora disponibilizada na página da Agência
Brasil.
"Neste mundo globalizado, a soberania é
tanto mais forte quando se baseia no respeito aos
direitos das populações que vivem
em determinadas regiões, em defesa do meio
ambiente", completou Durão. Ele defendeu
as causas das ONG’s afirmando que elas "fortalecem
o prestígio internacional do Brasil na medida
em que é levada em consideração
a política do Estado brasileiro". Sobre
a presença de organizações
não-governamentais estrangeiras na Amazônia,
o diretor disse que "esses laços internacionais
servem para ajudar na defesa dos interesses nacionais
no debate sobre a soberania da Amazônia".
Quanto à criação de um "cadastro
de ONG’s" que atuam no Brasil, cujo número
nunca foi possível ser definido porque se
misturam, na Receita Federal, às entidades
sem fins lucrativos, o diretor da Abong afirmou
que existe "um problema grave" no encaminhamento
de projetos neste sentido no Congresso Nacional.
"Para criar um cadastro com informações
apropriadas, explicou, eu preciso circunscrever
legalmente o conceito de ONG’s e não existe
este conceito ainda, portanto a dificuldade é
essa".
Outra preocupação apresentada no documentário
"Amazônia-terra cobiçada"
é a de que não existiria uma prestação
de contas dos recursos recebidos pelas ONG’s. Como
resposta, Jorge Eduardo Durão disse que "toda
organização não-governamental
que recebe recursos públicos, tem mecanismos
de controle desses recursos". No caso de recursos
passados por entidades privadas, ele explicou que
as ONGs "respondem perante seus doadores".
Quanto aos recursos internacionais, disse que, neste
caso, as ONGs "são sujeitas às
auditorias".
O diretor da Abong, que tem mais de 300 entidades
associadas e vínculos internacionais, lembrou
que "em nenhuma ocasião conseguiram
fazer denúncia precisa e concreta diante
da celeuma com relação às ONG’s
na Amazônia". Ele disse estar convencido
de que essa situação se deve ao fato
de que as organizações incomodam porque
defendem "os povos indígenas, a agricultura
familiar, quer dizer, quem não gosta das
ONGs são os madeireiros que fazem exploração
predatória e ilegal de madeira na Amazônia".
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Eduardo Mamcasz