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DEPOIMENTOS COLHIDOS NO
PARÁ POUCO ESCLARECEM CASO DOROTHY,
DIZ PRESIDENTE DA CPMI DA TERRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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31/03/2005 - Integrantes
da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) da Terra encerram hoje, em Altamira, as audiências
públicas realizadas no Pará com o
objetivo de fazer um diagnóstico sobre a
estrutura fundiária e os conflitos pela posse
da terra na região. A CPMI deve ouvir nove
pessoas. Segundo o presidente da comissão,
senador Álvaro Dias (PSDB-PR), os depoimentos
colhidos até o momento "pouco acrescentam
para o esclarecimento do caso (da missionária
Dorothy Stang)".
"Nós já ouvimos diversos depoentes,
alguns suspeitos de participação em
crimes, e já com passagem pela polícia,
mas ouvimos sempre a negativa. Não há
confissão e isso acrescenta pouco. É
uma música só, são todos inocentes,
vítimas de calúnia e difamação",
disse o senador.
Os depoentes, que tiveram os sigilos bancário
e fiscal quebrados pela CPMI, são alvo de
processos judiciais por causa de irregularidades
em projetos firmados com a extinta Superintendência
do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A
decisão de ouvir os envolvidos em irregularidades
na Sudam foi uma sugestão da missionária
Dorothy Stang, assassinada em fevereiro deste ano
em Anapu (PA) por sua luta em favor da reforma agrária.
Os parlamentares suspeitam da existência de
uma espécie de consórcio para financiar
a morte da missionária. De acordo com Álvaro
Dias, a comissão tem condições
de esclarecer a denúncia. "Nós,
da CPMI, não temos muitos instrumentos para
aprofundar as investigações. Nesse
terreno criminal, cabe mais à polícia
a investigação completa e mais aprofundada,
que pode elucidar todas as dúvidas e suposições
existentes. O que podemos concluir é que
há muita impunidade na região",
afirmou o senador.
A possível existência de um consórcio
voltou à tona após o primeiro depoimento
de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, fazendeiro
acusado de envolvimento no crime da missionária.
Em depoimento à PF de Altamira, Vitalmiro
disse que outras pessoas estariam envolvidas no
crime.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Christiane Peres