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ESTUDO INDICA CRESCIMENTO
DA EXPORTAÇÃO E DIMINUIÇÃO
DO CORTE DE ÁRVORES NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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30/03/2005- Estudo
da organização não-governamental
Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia)
indica crescimento das exportações
de madeira da Amazônia e, ao mesmo tempo,
diminuição do corte de árvores.
A pesquisa será apresentada nesta semana
na Câmara dos Deputados
Segundo o pesquisador do Imazon, Adalberto Veríssimo,
o diagnóstico sobre o setor madeireiro da
Amazônia Legal em 2004 levou a três
conclusões. Primeiro, a queda de consumo
da madeira em relação a 1998, quando
o instituto fez pesquisa semelhante. Naquele ano,
o Brasil extraía da Amazônia 28 milhões
de metros cúbicos de madeira.
"Nós passamos para 25 milhões
de metros cúbicos de madeira em tora, ou
seja, caímos no consumo de matéria
prima", observa ele, ressaltando que, por outro
lado, "mantivemos o mesmo volume de madeira
final, processada, ou seja, em tábua, cerrada,
pisos e decks". Dessa forma, foram poupados
3 milhões de metros de madeira, produzindo
o mesmo volume final. "Para se ter uma idéia,
isso significa que poupamos mais ou menos 950 mil
árvores".
O segundo dado: as exportações de
madeira da Amazônia, que em 1998 eram de US$
350 milhões, pularam para aproximadamente
R$ 1 bilhão em 2004. O pesquisador do Imazon
diz que isso tornou as exportações
de madeira da Amazônia equivalentes às
exportações de minério de ferro
da Companhia Vale do Rio Doce. O terceiro resultado,
segundo Veríssimo, é que "a Amazônia
também aumentou a produção
de madeira beneficiada (piso, forro, móvel)
que era da ordem de US$ 12 milhões apenas
para cerca de US$ 180 milhões".
O pesquisador diz, entretanto, que o país
ainda precisa enfrentar a questão fundiária
na região. "Para a Amazônia ter
um patamar de produção florestal competitivo
economicamente, nós precisamos ter um marco
legal que dê respaldo à legalidade
da produção de madeira na Amazônia".
Ele defende o aumento da participação
da madeira extraída da Amazônia no
mercado internacional com produtos de valor agregado
e ecologicamente corretos. "Para isso, tem
que se enfrentar a questão fundiária
que hoje é o grande nó para o desenvolvimento
da Amazônia".
Sobre o projeto de lei sobre a gestão de
florestas públicas, elaborado pelo Ministério
do Meio Ambiente, Veríssimo considera a proposta
um divisor de águas. "Se for aprovado,
atende ao sentido de urgência da Amazônia".
Na opinião dele, o projeto tem o apoio de
segmentos sociais, ambientais e empresariais da
região. "Foi um grande pacto pela legalidade
e pelo estabelecimento de um marco que pode dar
um novo rumo à produção na
Amazônia".
O projeto, encaminhado ao Congresso no dia 17 de
fevereiro, prevê a disponibilização
de até 13 milhões de hectares de florestas
na Amazônia para concessão de uso sustentável
nos próximos 10 anos. O objetivo seria combater
a grilagem e impedir a privatização
das terras públicas.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça