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EXPEDIÇÃO
BRASIL NÃO É NUCLEAR GANHA
APOIO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Panorama
Ambiental
Recife (PE) – Brasil
Março de 2005
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29.03.2005 - Atividade
do Greenpeace foi realizada ao lado do Centro Regional
de Ciências Nucleares, em Pernambuco, estado
onde poderá ser instalado um minirreator
nuclear, caso o governo brasileiro decida investir
em fontes nucleares de energia
A retomada do programa nuclear brasileiro prevê
a construção de quatro minirreatores
nucleares no Nordeste para geração
de energia, e um deles poderá ser instalado
no estado de Pernambuco. O projeto conta com apoio
do ministro Eduardo Campos, de Ciência e Tecnologia,
que é um dos principais defensores da geração
de energia por meio de usinas nucleares dentro do
governo Lula. Campos é pernambucano e, quando
está em Recife, despacha em um escritório
montado no prédio do Centro Regional de Ciências
Nucleares (CRCN).
Para esclarecer a população local
sobre o equívoco de se investir em usinas
nucleares – principalmente num país como
o Brasil, que tem imenso potencial de fontes renováveis
de energia – o Greenpeace levou a Expedição
Brasil Não É Nuclear para a capital
pernambuca e expôs o balão que simboliza
a luta anti-nuclear bem ao lado do CRCN, convocando
estudantes e professores da UFPE a discutir o assunto.
"A pesquisa e a ciência devem caminhar
livres, mas não devem ser imprudentes nem
irresponsáveis", critica Maria Albuquerque,
professora de neonatologia e bioética na
Faculdade de Medicina da UFPE e integrante da Comissão
de Ética em pesquisas envolvendo seres humanos.
"A construção de uma usina tão
problemática como Angra 3 precisa ser respaldada
nos benefícios que ela possa trazer. E como
sabemos que as duas usinas nucleares (Angra 1 e
2) já existentes são um fiasco, não
vejo motivo para se construir uma terceira",
analisou a professora, que defende o investimento
em fontes renováveis de energia, por serem
mais adequadas à realidade brasileira.
Para Maria Aléssio, estudante de medicina
e coordenadora de meio ambiente da direção
executiva dos estudantes da faculdade, o investimento
de bilhões de dólares numa usina nuclear
hoje é irresponsável e ineficiente.
"A gente tem tantas possibilidades de energias
renováveis, como o vento e o sol, principalmente
aqui no Nordeste. Não tem porque investir
em uma energia tão cara e perigosa como a
nuclear, pelo menos não enquanto não
aproveitarmos todo o potencial brasileiro de energia
renovável", disse ela, que aproveitou
a passagem do balão em Recife para experimentar
a sensação de voar – mesmo que a uma
altura limitada a 20 metros.
Durante a passagem da expedição em
Recife, mais mensagens foram colhidas contra a retomada
do programa nuclear brasileiro. Jadson Campele,
estudante de física, pediu ao presidente
Lula que ele não se deixe pressionar por
"pessoas que não pensam no futuro, só
nos lucros presentes". Para ele, o pernambucano
Lula não vai dar uma "bola fora".
"Acho que a pressão popular vai superar
a pressão dos que querem construir Angra
3. Lula vai ouvir o povo, assim espero pelo menos."
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa