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EXPEDIÇÃO
DO GREENPEACE CHEGA A JUAZEIRO DO NORTE
(CE)
Panorama
Ambiental
Juazeiro do Norte (CE) – Brasil
Março de 2005
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31.03.2005 - No campo
do Centro de Apoio ao Romeiro, população
cearense se mostrou revoltada com a possibilidade
de a região receber um minirreator nuclear
para geração de eletricidade
Depois de rodar cerca de 500 quilômetros desde
Campina Grande, na Paraíba, a expedição
Brasil Não É Nuclear chegou a Juazeiro
do Norte, no Ceará. O balão simbolizando
o planeta Terra alcançou quase 20 metros
de altura em vôo cativo no campo do Centro
de Apoio ao Romeiro da cidade e atraiu a atenção
da população local, que se mostrou
revoltada com a possibilidade da região receber
um minirreator nuclear para geração
de eletricidade. Os planos anunciados pelo Ministro
de Ciência e Tecnologia para a retomada do
programa nuclear brasileiro prevêem a construção
de quatro dessas miniusinas nucleares na região
Nordeste. O governo Lula está discutindo
essa possibilidade, assim como a construção
de Angra 3, e o Greenpeace está percorrendo
o país com a expedição Brasil
Não É Nuclear justamente para alertar
a população sobre os riscos dessas
iniciativas.
Juazeiro do Norte foi a oitava cidade a receber
a expedição, iniciada dia 15 de março
em Brasília. Já foram visitadas, além
da capital federal, as cidades de Goiânia,
Belo Horizonte, Caetité (BA), Salvador, Recife
e Campina Grande.
Poucos na cidade sabiam sobre possíveis planos
para a construção da miniusina nuclear
na região e a idéia não agradou.
"Não vejo porque fazer isso, temos outras
fontes de energia, mais seguras e limpas, como a
hidrelétrica, eólica e solar. Não
acredito que o governo Lula vá gastar tanto
dinheiro nesse projeto", afirmou Cleonício
Ferreira, comerciante da cidade vizinha de Crato,
que estava de passagem por Juazeiro do Norte. "Espero
que, pelo menos, a gente possa dar nossa opinião
antes".
Para José Genildo de Souza, sócio
do Greenpeace desde 2002, o governo deveria promover
um plebiscito antes de decidir sobre a construção
da miniusina na região de Juazeiro do Norte.
"Seria o ideal, porque os moradores aqui têm
o direito de saber exatamente o que está
acontecendo", disse José Genildo, que
se preocupa com a falta de informações
sobre o assunto para a população.
"A discussão tem que envolver representantes
da sociedade civil local, ONGs interessadas no assunto,
governos federal e municipal e uma consultoria independente,
para avaliar os prós e contras dessa iniciativa."
José Genildo lembra que a região é
rica em recursos hídricos para a geração
de energia, e tem imenso potencial para usinas eólicas
e solares. "E não é só
aqui, no Brasil todo é assim. Sei que não
podemos parar o progresso científico, mas
é preciso cuidado para não entrarmos
num beco sem saída. O lixo atômico,
por exemplo, é um problema sério.
Se Juazeiro do Norte não dá conta
de cuidar do lixo da cidade, imagina com lixo atômico.
Onde vão colocar isso?"
A expedição segue para Juazeiro, na
Bahia no sábado, onde dará continuidade
ao esclarecimento da população brasileira
sobre os riscos da retomada do programa nuclear
no país.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa