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GOVERNO ANUNCIA PRAZOS
PARA OBRAS NO SÃO FRANCISCO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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O Governo prevê
que em duas semanas o Ibama deve autorizar o início
das obras de transposição do rio São
Francisco. O anúncio foi feito nesta terça-feira
(29) pelo coordenador do projeto, Pedro Brito, chefe
de gabinete do ministro da Integração
Nacional, Ciro Gomes. Ele participou de audiência
pública da Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle. Segundo Brito, até
o dia 15 de abril, o órgão deve dar
um parecer sobre o Estudo de Impacto Ambiental do
projeto. A licença é o principal entrave
para a transposição.
De acordo com o coordenador do projeto, se o Ibama
autorizar o projeto em abril, os 41 lotes da obra,
orçada em R$ 4,5 bilhões, poderão
ser licitados até junho. Nesse caso, ele
prevê que até junho de 2007 a água
do São Francisco chegue às torneiras
de 12 milhões de nordestinos.
Pedro Brito informou que até agora foram
feitas duas licitações: uma para escolher
a empresa que gerenciará a execução
das obras, e outra para escolher a empresa que fornecerá
as bombas que levarão água do São
Francisco para os canais. Brito defendeu as duas
licitações dizendo que a primeira
foi feita com aval do Tribunal de Contas da União
(TCU), e a segunda só será finalizada
após o licenciamento ambiental. Além
disso, ele explicou que o Ministério decidiu
antecipar esta licitação porque a
montagem das bombas demora um ano e meio.
Denúncias
O objetivo da audiência,
solicitada pelo deputado José Carlos Machado
(PFL-SE), foi esclarecer denúncias veiculadas
no jornal Folha de S.Paulo sobre o processo licitatório
para a Transposição do Rio São
Francisco. O deputado queria saber do coordenador
do projeto por que foi contratada uma empresa para
gerenciar a obra antes do licenciamento ambiental.
Críticas ao
projeto
Deputados dos estados
de Sergipe e Bahia aproveitaram para criticar a
obra que, segundo eles, vai tirar dinheiro de projetos
de irrigação já em andamento
e ainda por cima pode prejudicar ainda mais a qualidade
da água do São Francisco.
Pedro Brito respondeu que apenas 1% da água
do São Francisco será usada e garantiu
que qualquer contrato para execução
da obra só será assinado depois de
obtida a licença ambiental. "O projeto
de integração de bacias, tirando apenas
1% da água do rio, não vai trazer
nenhum prejuízo para as populações
ribeirinhas, não vai agravar em nada quaisquer
problemas anteriores que tenham aparecido no rio.
Ao contrário, o que pode haver - e isso é
lícito - é demanda por recursos por
quem já tem projetos de irrigação
em operação. A obra, com certeza absoluta,
só será contratada depois do licenciamento.
Isso é ponto pacífico".
Impacto da transposição
Para o deputado José
Carlos Machado, porém, não existe
certeza a respeito do impacto da transposição
sobre as populações ribeirinhas. Ele
criticou a pressa do ministério. "Eu
não entendo o porque tamanha pressa para
se contratar um projeto altamente polêmico,
que pode causar danos irreparáveis, principalmente
aos estados de Sergipe e Alagoas. Eu acho inválido
quando se tenta levar água para irrigar terras
no Ceará, com tantas terras às margens
do São Francisco tão boas e potencialmente
irrigáveis".
Fonte: Agência Câmara
(www.agenciacamara.gov.br)
Assessoria de imprensa (Antonio Vital e Paulo Cesar
Santos)