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GT ENCAMINHARÁ LANÇAMENTO
DO PROAMBIENTE COMO PROGRAMA DO GOVERNO
FEDERAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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31/03/2003 Brasília
(DF) - Foi criado um Grupo de Trabalho, envolvendo
Ministério do Meio Ambiente, Secretaria Geral
da Presidência da República e coordenação
do Proambiente – Programa de Desenvolvimento Socioambiental
da Produção Familiar Rural, para debater
e encaminhar o lançamento do projeto em nível
nacional, como programa do Governo Federal. Será
realizada, em breve, uma reunião interministerial
sobre o tema.
O lançamento do GT ocorreu durante reunião
no Ministério do Meio Ambiente, quando representantes
de Estados, de movimentos sociais e parlamentares
da Região Amazônica conheceram as diretrizes
do Proambiente. Participaram, pelo MMA, o secretário-executivo,
Claudio Langone, e o coordenador do Programa Nacional
de Florestas, Carlos Vicente.
A idéia é lançar o programa,
que já é executado como piloto há
três anos em alguns pontos da Amazônia,
como base para um novo modelo de produção
e de ocupação da terra pelos agricultores
familiares do Brasil. Na região, seria executada
a fase inicial e, após amplo debate em cada
outro bioma e região, o programa avançaria
pelo país.
Atualmente, existem 12 pólos na Amazônia
(quadro abaixo), com cerca de 500 famílias
em cada base, trabalhando sob este novo modelo de
desenvolvimento. "O Ministério do Meio
Ambiente está de pleno acordo com essas propostas.
A ministra Marina Silva decidiu priorizar esse tema,
e estaremos buscando meios de financiamento junto
ao Banco Mundial e Ministério da Fazenda,
por exemplo", ressaltou Langone.
BASE SOCIAL
- O Proambiente teve origem em uma iniciativa dos
próprios produtores. Em 2000, agricultores
familiares que migraram principalmente do Sul do
Brasil para a região da Transamazônica,
procuraram o Ministério do Meio Ambiente
com uma preocupação: estavam trabalhando
a terra da forma tradicional, com desmatamento e
fogo, e esperavam auxílio para o desenvolvimento
de novas formas de produção. "Eles
não desejavam mais usar o fogo, pois, quanto
mais queimavam, mais necessitavam de novas terras
para queimar. Perceberam que essa prática
não era vantajosa para ninguém. Estavam
perdendo sua reserva legal e praticando uma agricultura
predatória dos recursos naturais", contou
Mary Allegretti, secretária de Coordenação
da Amazônia do MMA. "O Programa surgiu
dos movimentos sociais, das bases, e esse é
seu grande trunfo", salientou Nilo Diniz, assessor
especial da Ministra Marina Silva.
Os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento
Agrário decidiram então apoiar os
produtores por três anos. As roças
que começaram a ser plantadas em 2000 e o
estado de preservação/recuperação
das áreas hoje comprovam a eficácia
do Proambiente. Um desafio para os produtores e
para o governo foi inserir o programa no sistema
de crédito tradicional. Uma saída
foi a criação do Fundo Socioambiental
que, somado aos meios de financiamento convencionais,
como Pronaf, deverá cobrir os custos de produção
nesses novos moldes. "Há uma inversão
de lógica. Ao deixar de queimar, o agricultor
passa a prestar um serviço ambiental, mas
as linhas de crédito tradicionais ainda não
reconhecem esse benefício", explicou
Allegretti.
Entre os serviços ambientais prestados pelos
agricultores que aderiram ao Proambiente estão:
redução do desmatamento; absorção
de carbono da atmosfera; conservação
da água e do solo; preservação
da biodiversidade e redução do risco
de queimadas. Segundo a coordenação
do Programa, somente com a venda dos chamados "créditos
de carbono" será possível financiar
quase 50% do Fundo Socioambiental, que cobre os
custos diferenciados de uma produção
ecologicamente mais correta. “O programa será
a ferramenta mais importante para conter o uso do
fogo em Roraima, por exemplo, alterando profundamente
os modos de produção e de ocupação
da terra na região”, reconheceu a secretária
do MMA.
No máximo até o fim de abril, deve
ser concluída a proposta do Proambiente.
O próximo passo será transformar o
programa em uma política pública do
Governo Federal, no âmbito do PPA (Plano Plurianual),
que definirá um novo modelo de desenvolvimento
para a agricultura familiar em nível nacional.
"Não vejo dificuldades para que o Programa
atinja amplitude nacional", disse o deputado
Airton Faleiro (PT-PA).
A coordenação do Proambiente acredita
que alguns pontos precisam ser definidos antes do
lançamento nacional do Programa, como: reunião
conjunta entre os ministérios do Meio Ambiente,
do Desenvolvimento Agrário, da Integração
Nacional, e Secretaria Especial de Aqüicultura
e Pesca e Conselho Gestor do Proambiente; participação
do MMA em encontro da sociedade civil, provavelmente
nos dias 14 e 15 de abril; que o lançamento
da iniciativa conte com a presença do presidente
da República e da ministra Marina Silva.
O conselho gestor do Programa é composto
por entidades como Contag, Fetag, MMA, MDA, MIN,
Ipam, Basa, BNDES, Fase, CNS, GTA, Embrapa, Monape,
Coiab.
Estado |
Região |
Pará |
Rio Capim |
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Transamazônica |
Tocantins |
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Rondônia |
Ouro Preto d’Oeste |
Acre |
Auto Acre (Xapuri e Brasiléia) |
Maranhão |
Baixada Maranhense |
Amazonas |
Tucumã (Rio Preto da Eva) |
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São Gabriel da Cachoeira (Indígena) |
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Ilhas de Marajó (Pesca) |
Mato Grosso |
Juína, Juruena, Cotriguaçú,
Castanheira |
Roraima |
Vale do Apiaú |
Fonte: MMA - Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom