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MARINA SILVA DEFENDE PROJETO
DE LEI QUE DEVE CONCILIAR PRESERVAÇAO
E USO SUSTENTÁVEL DAS FLORESTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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30/03/2005 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (30)
que o Projeto de Lei do governo federal número
4.776, de 2005, que dispõe sobre a gestão
de florestas públicas para produção
sustentável, não é apenas uma
lei para produzir madeira. "Essa é uma
lei para ter a gestão correta da nossa floresta
como uma estratégia de conservação.
Para que as florestas continuem florestas e para
que as terras públicas continuem públicas".
A ministra ainda afirmou que a lei deverá
gerar aproximadamente 140 mil novos empregos na
região amazônica em 10 anos, além
da arrecadar cerca R$ 1 bilhão por ano de
impostos, de forma duradoura.
O projeto, encaminhado ao Congresso no dia 17 de
fevereiro, prevê a disponibilização
de até 13 milhões de hectares de florestas
na Amazônia para concessão de uso sustentável
nos próximos 10 anos. O objetivo seria combater
a grilagem e impedir a privatização
das terras públicas. Segundo o secretário
de Biodiversidade e Florestas do Ministério
do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco,
o projeto permitirá o uso das áreas
florestais sem que o governo perca a titularidade.
Além disso, o projeto institui, na estrutura
do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço
Florestal Brasileiro (SFB), órgão
encarregado da concessão das florestas públicas,
e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
(FNDF).
De acordo com a ministra Marina Silva, o projeto
cria o gerenciamento das florestas públicas
para os usos múltiplos, ou seja, alia a necessidade
da conservação com o uso sustentável,
e também reconhece e valoriza as populações
tradicionais e distribui benefícios econômicos
entre a União, estados e municípios.
Além disso, institui um forte mecanismo de
controle e participação social e ainda
alia as ações de comando e controle
com as ações de fomento. "O que
nós estamos fazendo é o controle e
a participação social, o desenvolvimento
sustentável e o fortalecimento do Sistema
Nacional de Meio Ambiente, além de uma política
ambiental integrada".
No âmbito da Política Florestal, segundo
a ministra, o grande desafio era estabelecer um
marco legal que fosse capaz de conciliar preservação
e uso sustentável dos nossos recursos florestais.
Para a ministra, as florestas brasileiras têm
um déficit histórico de gestão
de mais de 100 anos. "Como gestão de
floresta, estamos dizendo que ela é um espaço
para realização do turismo, conservação
da biodiversidade, serviços ambientais, usos
múltiplos de produtos - além da madeira.
Esse é o novo paradigma", explicou.
O déficit de gestão nas florestas
foi evidenciado pela ministra através de
números. Segundo ela, 80% das solicitações
de aprovação de Planos de Manejo no
estado do Pará (para produzir madeira) são
feitas em terras públicas, "com a expectativa
de que se tornem propriedades particulares, em um
processo que tem a sua gênese na grilagem".
Outro dado: dos suprimentos de madeira que são
ofertados no mercado, somente 4% vêm do chamado
"bom manejo" e estão dentro dos
padrões legais e de qualidade.
Para evitar o uso predatório e a grilagem
das florestas públicas, o Ministério
do Meio Ambiente aumentou as ações
de fiscalização. Conforme divulgou
a ministra Marina Silva, foi obtido um aumento de
68% no número de grandes operações
de fiscalização realizadas na Amazônia.
Passou-se de 19 grandes operações
em 2002 para 32 grandes operações
em 2003 e foi aumentado em 54% o número de
infrações cadastradas que passaram
de 3.558 para 5.471 - um aumento de 27% no volume
de multas aplicadas, que passaram de R$ 65 milhões
para R$ 83 milhões.
Em 2003, de acordo com Marina Silva, num trabalho
conjunto entre o Ibama, os governos estaduais, o
Exército, a Polícia Federal e a Polícia
Rodoviária, o Ministério do Meio Ambiente
promoveu a apreensão de 73 mil metros cúbicos
de madeira. Em 2004, esse volume de apreensão
foi de 60 mil metros cúbicos de madeira.
Por outro lado, em 2003, o Brasil tinha 300 mil
hectares de florestas certificadas e hoje, comemora
a ministra, com as ações do Ibama,
dos Estados e da sociedade, tem 1 milhão
e 400 mil hectares de florestas certificadas. "A
idéia é chegarmos até o final
do ano a 2 milhões e meio de hectares",
observou.
A ministra participou do seminário Gestão
de Florestas Públicas, realizado na Câmara
dos Deputados, pelas Comissões do Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável e da Amazônia,
Integração Nacional e Desenvolvimento
Regional, em parceria com o Ministério do
Meio Ambiente.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça