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EM AUDIÊNCIA DA CÂMARA,
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE DEFENDE
PROJETO DE GESTÃO DE FLORESTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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05/04/2005 - A Comissão
da Amazônia, Integração Nacional
e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos
Deputados discutiu nesta terça-feira (5)
o conjunto de medidas adotadas pelo governo para
coibir a violência e o desmatamento na Amazônia,
conhecido como "pacote verde". Entre as
iniciativas está a medida provisória
239/05, que limita a área administrativa
ao longo da BR-163 no estado do Pará. A MP
proíbe ainda a exploração ou
corte raso de floresta e vegetação
nativa. Outro item é o projeto de lei 4776/05,
que permite o uso econômico sustentável
das florestas públicas brasileiras.
Para a presidente da Comissão da Amazônia,
deputada Ann Pontes (PMDB-PA), o projeto é
interessante para o setor florestal, "pois
propõe alternativas para conter a ocupação
desordenada das florestas". O diretor do Programa
Nacional de Florestas do Ministério do Meio
Ambiente, Tasso Rezende de Azevedo, acrescenta que
o pacote verde é "o meio encontrado
para garantir o fomento às atividades florestais
sustentáveis".
Das mais de 150 medidas para o conter o desmatamento
na Amazônia e reforçar as ações
de monitoramento, controle e fiscalização
ambiental, Azevedo destacou o projeto de lei 4776/05,
que institui a gestão de florestas públicas.
"Esse PL é positivo porque impede a
competição entre a União e
os estados e respeita o princípio da autonomia
administrativa", disse. Segundo Azevedo, o
projeto vai garantir acesso a pequenos e médios
concessionários, o que "evitará
a concentração das atividades de manejo
florestal".
O projeto de lei 4776/05, encaminhado ao Congresso
em fevereiro pelo poder Executivo, prevê a
disponibilização de até 13
milhões de hectares de florestas da Amazônia
para concessão de uso sustentável
nos próximos dez anos. O objetivo é
combater a grilagem e impedir a privatização
de terras públicas. A proposta tramitava
em regime de urgência, mas por insistência
dos deputados, que alegam necessidade de mais tempo
para debatê-la na comissão especial,
o governo retirou nesta terça-feira o pedido.
De acordo com dados do Ministério do Meio
Ambiente, a derrubada de árvores na Amazônia
chega a 23 mil quilômetros quadrados por ano.
A maior área devastada se encontra no chamado
"arco do desmatamento", que compreende
parte dos estados do Maranhão, Tocantins,
Mato Grosso, Pará, Acre e Rondônia.
Nesse arco concentram-se 80% do desmatamento na
Amazônia.
Segundo o representante do Ministério, só
o "pacote" não é suficiente
para reduzir esses números, mas o conjunto
de ações, previsto no Plano de Combate
ao Desmatamento, vão demonstrar uma queda
significativa nesse índice. "Possivelmente,
o número desse ano será igual ao do
ano passado. Mas para o ano que vem, com a implementação
e monitoramento do Plano Nacional de Desmatamento,
esperamos uma queda significativa nesses números".
Para que a discussão vá para o Plenário
ainda esse semestre, a comissão tem até
o final de abril para apresentar o documento final.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Cristiane Peres