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ESPECIALISTAS EM ECO-ARQUITETURA MOSTRAM NOVAS TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE MORADIAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005

08/04/2005 A Secretaria do Meio Ambiente do Estado - SMA realizou nesta quinta-feira (7/4), das 9 às 16 horas, no Auditório Paulinho Nogueira do Parque da Água Branca, o curso Eco-Arquitetura, ministrado por especialistas em técnicas e materiais sustentáveis em construções. A iniciativa faz parte do Ciclo de Cursos de Educação Ambiental, organizado pelo Departamento de Educação Ambiental da Coordenadoria de Planejamento Estratégico e Educação Ambiental, da SMA, com o apoio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e Tetra Pak.

José Jorge
A primeira palestra, sobre o tema “A Arquitetura Sustentável”, foi do engenheiro agrônomo Edson Hiroshi Séo, formado pela Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz – ESALQ, que fez o resgate da memória construtiva abordando questões como a importância da habitação como um direito para todos. Nascido em 1955, em Birigüi, Séo obteve em 1983 reconhecimento nacional e internacional por parte do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e da Organização Ashoka, da qual foi bolsista por quatro anos.

José Jorge

O motivo desse reconhecimento foi o trabalho sobre “Produção da Agricultura Orgânica na Caatinga”, que mostra como proceder à recuperação de áreas degradadas pela seca. Ao longo de sua carreira, o engenheiro reuniu conceitos e princípios estéticos seguindo o modelo do “design” da própria natureza. “Eu decidi que seria um engenheiro agrônomo, ao ver no início dos anos 80 o trabalho de Gaudí e de Vitor Lotufo, que me passaram uma noção de espaço semelhante a uma escultura que a pessoa vai habitar”, explicou.
Entre seus trabalhos mais conhecidos destaca-se o Ecovila Clareando – Empreendimento Imobiliário, realizado em 2000, onde todos os moradores seguem os princípios da Agenda 21. Segundo Hiroshi, as ecovilas é um modelo de vida sustentável incorporando aspectos ambientais, sociais, econômicos e espirituais.
“Trata-se de uma comunidade de 50 a 2.000 pessoas, unidas por um propósito comum. Esse propósito varia de local para local, mas usualmente é baseado numa visão ecológica, social e espiritual. Ao trabalhar com o simples princípio de não retirar da terra mais do que devolvemos a ela, as ecovilas promovem, na prática, a existência sustentável das gerações futuras”, disse.
E acrescentou: “Toda interferência humana é agressiva à natureza: plantar, morar, construir etc. Para amenizar esse impacto temos de criar compensações ambientais como coletar água de chuva, reciclar o lixo e, sobretudo, manter a cobertura vegetal”.
José Jorge
Uma ecovila, no entender de Séo, move-se em direção à sustentabilidade, dando prioridade à produção local de alimentos orgânicos; a utilização de sistemas de energias renováveis como cataventos e biodigestores; a construção ecológica utilizando tijolos de solo-cimento, bambus etc; a criação de esquemas de apoio social e familiar, incluindo diversidade cultural por meio de celebrações, danças circulares etc; a experiência com novos processos de tomadas de decisão utilizando técnicas de democracia profunda e facilitação de conflitos; a economia e simplicidade auto-sustentável; e a saúde integrada e a educação holística baseada na percepção sistêmica; entre outros princípios. “Do meu ponto de vista, como agrônomo, observo que somos seres pertencentes a esse grande corpo da
natureza e nós nos afastamos demais dela. O contato com a Natureza, seus ritmos e ciclos faz a vida mais plena de serenidade e alegria, visto que durante milênios nossos antepassados sempre estiveram muito ligadas a ela”, explicou. O engenheiro é também responsável pelo projeto Franciscando, um acampamento para crianças e adolescentes que nasceu da necessidade de transferir aos jovens o sentimento de simplicidade. O projeto, conhecido pela sua metologia e a sua abrangência, ensina desde plantar horta a fazer uma casa de pau-a-pique.
“A dança do desenho” foi o tema escolhido por Johan Van Lengen, bio-arquiteto, presidente do Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura - TIBÁ e autor do “Manual do Arquiteto Descalço”. O Instituto TIBÁ é um local para encontros, criado em 1987, para promover a disseminação de uma arquitetura integrada com a natureza e de uma conciência ambiental mais plena.
“Através da integração de arte e ciência, intuição e lógica, razão e sentimento, a comunicação será enriquecida. A cada indivíduo se dá a possibilidade de trocar suas próprias experiências, de fazer parte de um coletivo verdadeiro, usando comunicação e criatividade em grupo”, disse o arquiteto.
O instituto pesquisa e desenvolve protótipos de moradias por meio de técnicas baseadas em soluções alternativas e de baixo custo, utilizando materiais alternativos. O arquiteto materiais como o bambu e o adobe, passando também por processo que ele denomina como criatividade Alfa/Beta.
Segundo Lengen, o processo ALFA/BETA é uma das técnicas oferecidas no curso de Bio-Arquitetura promovido pelo TIBA, utilizada para aumentar o potencial criativo, identificando os dois hemisférios cerebrais do corpo humano: “O esquerdo é guiado por estímulos de fora, enquanto o direito recebe estímulos do nosso mundo interno”, explica.
“Nos processos de planejamento em Arquitetura e Urbanismo, às vezes é necessário sermos lúcidos e analíticos, assim como em outros momentos torna-se imperativo que nossa imaginação aflore. Em outras palavras, passamos do hemisfério esquerdo para o hemisfério direito do nosso cérebro”, concluiu.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Wanda Carrilho)
Fotos: José Jorge

 
 
 
 

 

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