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ESTUDO COMPROVA ALTOS ÍNDICES
DE CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO
EM GARIMPOS DO NORTE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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07/04/2005 A contaminação
por mercúrio em áreas de garimpo de
ouro na Amazônia chega a exceder em até
40 vezes os níveis estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), segundo constatou
pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Mineral
(Cetem), instituição vinculada ao
Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT). A mineração artesanal na região
amazônica é responsável por
quase 50% da produção brasileira de
ouro.
A pesquisa Remoção de Barreiras para
a Introdução de Tecnologias Limpas
de Mineração Artesanal e extração
de ouro integra o Projeto Mercúrio Global,
coordenado pela Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO)
e levantou a situação dos solos, sedimentos,
rios, peixes e moradores de comunidades localizadas
na Reserva Garimpeira do Tapajós, uma área
de mais de 28 mil k2 no estado do Pará.
Segundo a pesquisa, os garimpeiros apresentam sintomas
de alta incidência de contaminação,
como gosto metálico na boca, palpitações,
formigamento e ardência nas mãos e
pés. Nos peixes, o mercúrio está
presente em 0,5mg por quilo, ou seja, mais de 40
vezes o estabelecido pela OMS.
Produção, perigos e providências
O estudo foi desenvolvido com o apoio do Instituto
Evandro Chagas nas comunidades de São Chico
e Creporizinho, situadas no município de
Itaitubam (PA). Embora o uso do mercúrio
na mineração seja proibido por lei,
os garimpeiros utilizam largamente o produto.
A contaminação da população
se dá através da inalação
do vapor de mercúrio liberado durante a queima
do amálgama e da ingestão de alimentos,
como o peixe, que se constitui no principal produto
consumido na região. Exames de sangue, urina
e cabelo constataram contaminação
em 50% da população pesquisada. Estima-se
que 100 mil pessoas trabalham em garimpos artesanais
nessa área.
Para reverter esta situação, o MCT,
por meio do Cetem, está promovendo uma reunião
em Brasília no próximo dia 13, para
criar uma campanha educativa permanente que esclareça
os garimpeiros e toda a população
a respeito dos perigos do mercúrio.
"Queremos conjugar esforços, buscar
parcerias, identificar projetos e programas que
possam colaborar. Grande parte desses trabalhadores
já ouviram falar dos riscos de utilização
desse mineral, mas é uma informação
fragmentada e esporádica que chega até
eles. E não é uma tarefa fácil,
porque muitos garimpos estão no meio da florestas,
isolados de qualquer centro urbano", afirma
a coordenadora da pesquisa, Zuleica Castilhos.
Confirmaram presença na reunião, marcada
para as 9 horas no auditório do Ministério
da Ciência e Tecnologia, representantes dos
ministérios do Meio Ambiente, Saúde,
Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, de universidades, BNDES,
entidades de classes, produtores de jóias,
além da embaixada americana, da Organização
do Tratado de Cooperação Amazônica
e instituições não governamentais.
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Helena Beltrão)