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GOVERNO QUER AMPLIAR PLANTAÇÃO
E MANEJO DE FLORESTAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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04/04/2005 Petrópolis
(RJ) - As florestas cobrem hoje um terço
da superfície do planeta, contribuindo para
regular o clima e evitar e reduzir o impacto de
desastres naturais. Além disso, abrigam rica
diversidade de espécies animais e vegetais,
garantem água para as populações
e são fonte de sustento direto para quinhentos
milhões de pessoas, principalmente para os
mais pobres. Apesar desta série de serviços
prestados, estimados em US$ 4,7 trilhões
ao ano, 60% das matas do globo estão fragmentadas
ou degradadas, segundo dados das Nações
Unidas.
Uma alternativa para enfrentar esse problema é
a recuperação de áreas degradadas
com plantio florestal, tema do Simpósio Global
para Implementação de Restauração
de Paisagens Florestais, que começou hoje
na cidade de Petrópolis (RJ). O evento reúne
especialistas de 41 países que reconhecem
a importância da manutenção
e da recuperação das matas para a
vida das populações e para o equilíbrio
ecológico do planeta.
De acordo com Tasso de Azevedo, diretor do Programa
de Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
o governo brasileiro está contribuindo com
a iniciativa global com a ampliação
do plantio de florestas para seiscentos mil hectares/ano,
até 2007. Para este ano, a expectativa é
de que sejam plantados 520 mil hectares, suprindo
principalmente a indústria de papel e celulose.
De acordo com Azevedo, isso está se tornando
possível com melhorias e criação
de novas linhas de crédito, com assistência
técnica, com menos burocracia e mais tecnologia.
"Estamos estimulando o uso de áreas
degradadas e de espécies nativas para a restauração
e criação de florestas", disse.
Outros objetivos do MMA são a recuperação
de matas ciliares (que protegem as margens dos rios,
por exemplo), a ampliação dos chamados
sistemas agroflorestais, onde os pequenos produtores
retiram da floresta produtos madeireiros e não-madeireiros
de forma sustentável, e a concessão
para manejo de quinze milhões de hectares
de florestas, nos próximos dois anos. A recuperação
das matas ciliares forma corredores verdes, ajuda
a evitar a erosão e o assoreamento dos mananciais
e a proteger a água. Para a concessão
de florestas, é necessária a aprovação
do Projeto de Lei sobre Gestão de Florestas
Públicas, enviado ao Congresso no dia 17
de fevereiro.
Com uma parceria entre Ministério do Meio
Ambiente e Embrapa, está sendo desenvolvido
o Plano Nacional de Silvicultura de Espécies
Nativas. A iniciativa deverá ser lançada
em maio para suprir a atual deficiência brasileira
na produção de mudas, contribuindo
diretamente para um maior plantio de matas. O programa
encaminhará a coleta e classificação
de sementes, a criação de mudas adequadas
para cada região e o correto manejo das matas
para seu desenvolvimento. O Ministério do
Meio Ambiente também está trabalhando
na produção do primeiro inventário
florestal brasileiro e apresenta, durante o evento
em Petrópolis, o primeiro mapa das atividades
florestais no País.
O plantio, a manutenção e a recuperação
de florestas, além de trazer benefícios
ambientais, sociais e econômicos, auxiliará
o Brasil a cumprir com uma série de acordos
globais dos quais é signatário e também
com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
declarados pelas Nações Unidas em
2000. Entre essas metas, estão as da redução
da pobreza, da perda de biodiversidade, da fome
e da escassez de água potável. Na
Avaliação Ecossistêmica do Milênio,
diagnóstico da situação ambiental
do planeta divulgado na semana passada, a recuperação
das florestas do planeta é uma prioridade.
E o secretário-geral das Nações
Unidas, Kofi Annan, em seu último relatório,
pede para que os países se unam para replantar
matas em todo o globo. "Os bosques são
o elemento principal para a proteção
dos ambientes", disse Jiang Zehui, declarou
a presidente da Academia Chinesa de Florestas, responsável
por um dos maiores projetos de reflorestamento do
globo, com um plantio anual de mais de dois milhões
de hectares de matas.
Os resultados do encontro de Petrópolis serão
levados em maio a uma reunião do Fórum
de Florestas das Nações Unidas, em
Nova Iorque (Estados Unidos), onde será debatido
o futuro da política florestal em nível
global, e como a recuperação florestal
poderá efetivamente contribuir para o cumprimento
dos Objetivos do Milênio. "O mundo precisa
tomar providências para recuperar as florestas
e garantir a volta dos processos ecológicos
e o bem estar humano", disse Tim Rollinson,
diretor-geral da Comissão de Florestas do
Reino Unido. "Recuperar florestas não
é apenas plantar florestas, pois nesses locais
pessoas vivem e trabalham", ressaltou.
Amanhã, os participantes do simpósio
se dividirão em grupos para conhecer projetos
de recuperação de matas na Floresta
da Tijuca, na Reserva Biológica do Poço
das Antas, que abriga o Projeto Mico-Leão-Dourado,
e no entorno de um reservatório da empresa
Light, no Rio de Janeiro. Mais informações
sobre a visita pelo fone (24) 2222-2002 / ramal
4254. O evento segue até sexta-feira. Confira
programação em www.mma.gov.br.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)