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IBAMA LANÇA SISTEMA
DE LICENCIAMENTO VIA INTERNET
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005
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08/04/2005 Nova ferramenta
vai permitir acompanhamento de todas as etapas e
prazos do processo. Pedido de licenciamento e acesso
aos documentos serão feitos on line.
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) lançou, na última
quinta-feira, dia 7 de abril, o Sistema de Licenciamento
Ambiental On Line (Sislic). Com a nova ferramenta,
qualquer cidadão terá acesso a informações
sobre os processos de licenciamento e os empresários
poderão solicitar eletronicamente a autorização
para obras com impacto ambiental. Por enquanto,
estarão disponíveis informações
sobre usinas hidrelétricas, mas a expectativa
é de, até o fim do ano, fazer o sistema
funcionar também para empreendimentos que
envolvam mineração, petróleo,
gás natural, hidrovias, ferrovias e portos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente
do Ibama, Marcus Barros, estiveram presentes ao
lançamento.
“De todas as responsabilidades do MMA, o licenciamento
é aquela que tem recebido o maior número
de criticas externas, mas também a que tem
apresentado os maiores avanços e resultados
concretos, tanto em quantidade quanto em qualidade”,
comentou a ministra. Ela lembrou que, em 2004, o
Ibama concedeu 222 licenças, número
recorde para os últimos cinco anos. A ministra
salientou também que sua pasta criou um novo
padrão de relacionamento com o ministério
das Minas e Energia, que passou a adotar critérios
ambientais antes das licitações das
obras.
Durante o evento, representantes da Associação
dos Servidores do Ibama (Assibama) portaram faixas
de protesto contra o PL nº 4.776/5, que pretende
regulamentar a gestão de florestas públicas.
A entidade considera que o projeto irá retirar
competências da autarquia. Marina qualificou
de legítima a manifestação,
mas, ao condenar a Lei de Biossegurança,
que retirou atribuições do MMA e do
Ibama sobre os transgênicos, também
criticou a posição da Assibama. “Lamentavelmente,
talvez pela hora em que cheguei, não vi nenhuma
faixa dos nossos servidores reivindicando a manutenção
da competência do Ibama sobre os transgênicos.
Apesar disso, a ministra, o presidente do órgão
e seus secretários mantém a firme
posição de defender, em todo o tempo
e lugar, as competências do setor ambiental."
Novo sistema vai permitir
acompanhamento de todo o processo
“Pela primeira
vez, todo mundo vai saber o que está tramitando
no Ibama. Isso vai permitir mais transparência
e participação”, observa Nilvo Silva,
diretor de Licenciamento e Qualidade Ambiental do
Ibama. Ele lembra que, até hoje, a participação
da sociedade no licenciamento limitava-se às
audiências públicas, depois que o Estudo
de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto
Ambiental (Eia-Rima) já estava concluído.
“Agora as pessoas terão acesso ao processo
desde a sua fase inicial e poderão acompanhar
todas as etapas e prazos”.
Além do próprio pedido para a realização
da obra (Fichas de Abertura de Processo-FAP), também
ficarão disponíveis o roteiro-base
para a elaboração do Eia-Rima, os
Eia-Rimas aprovados, os Termos de Referência
(TR) aprovados, os pareceres técnicos, as
licenças prévias, a agenda das audiências
públicas e os editais de convocação.
Até mesmo os relatórios sobre vistorias
e reuniões técnicas serão registrados
no novo sistema. “Na medida em que o Ibama abre
todo o procedimento à consulta pública,
também é aberto o espaço para
manifestações e contestações
de qualquer cidadão”, informa Silva. Ele
lembra ainda que os e-mails dos diretores e técnicos
do Ibama também estarão disponíveis
no site do Sislic justamente para canalizar essas
manifestações.
O novo sistema vai implicar algumas mudanças
no processo usual do licenciamento. A partir de
agora, quando derem entrada em seu pedido, os responsáveis
pela obra deverão informar, por exemplo,
o número de pessoas potencialmente afetadas
ou se o projeto está em zona de influência
de Unidades de Conservação (UCs),
de Terras Indígenas (TIs) ou em áreas
prioritárias para conservação.
Antes, essas informações só
eram requeridas no meio da tramitação
do processo.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Oswaldo Braga de Souza)