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PROGRAMA INCENTIVARÁ
ADESÃO DE PRODUTORES À AGROECOLOGIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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05/04/2005 - O Programa
Nacional de Agroecologia contará com uma
linha de crédito específica para financiar
os agricultores, com limite de R$ 27 mil e até
três anos de carência. Para o crescimento
da agricultura sustentável, serão
investidos R$ 40 milhões em pesquisas e na
capacitação de produtores.
Os objetivos do projeto, chamado de Programa Nacional
de Apoio à Agricultura de Base Ecológica
nas Unidades Familiares de Produção,
foram apresentados nesta terça-feira, na
primeira reunião do Fórum Assessor,
a fim de estabelecer um diálogo entre o governo
federal e os agricultores.
O coordenador de Assistência Técnica
e Extensão Rural do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, Francisco Roberto
Caporal, lembrou que "é um esforço
passar da agroquímica para a agricultura
de base ecológica, na perspectiva de termos
uma melhor proteção do meio ambiente
e alimentos sadios, mas é impossível
continuarmos trabalhando eternamente num modelo
de agricultura que está esgotando os recursos
naturais".
O Fórum Assessor é formado por 20
representantes de associações, entidades
e órgãos federais. Entre as entidades
está a Cooperativa Ecológica dos Agricultores
e Consumidores de São Joaquim, em Santa Catarina,
onde 35 agricultores substituíram, há
seis anos, o adubo químico pelo natural.
A expectativa é de que este ano eles colham
100 toneladas de maças.
Um desses agricultores, Velocino Bolzani Neto, conta
que para produzir um alimento mais saudável
é preciso dobrar a mão-de-obra, mas
no final o produtor tem um custo até 30%
menor que na produção tradicional.
O mais difícil, disse, é a comercialização,
já que poucos lugares vendem o produto orgânico,
que ainda sai muito caro para o consumidor. Segundo
Velocino, em São Paulo, um quilo de maça
orgânica chega a custar R$ 8. "No nosso
estado, uma lei obriga que a merenda escolar seja
feita com produtos orgânicos, mas é
difícil implementar isso. Se a lei fosse
cumprida, iria alavancar a produção",
ressalta.
Para o agricultor, "vale a pena mudar pelo
custo e pela saúde – mesmo com problema de
seca, granizo e pragas, vou continuar".
De acordo com o representante da Federação
dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região
Sul (Fetraf), Alsemir Bagnara, "essa transição
é muito difícil porque ainda não
tem a aceitação da sociedade e falta
o incentivo de políticas públicas".
Ele apontou a necessidade de assistência técnica,
recursos para investir na produção,
acompanhamento, treinamento e capacitação.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos