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CETEM QUER CAMPANHA PARA
PREVENIR CONTAMINAÇÃO POR
MERCÚRIO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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13/04/2005 A contaminação
por mercúrio em áreas de garimpo de
ouro na Amazônia chega a exceder em até
40 vezes os níveis estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), segundo constatou
pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Mineral
(Cetem), instituição vinculada ao
Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT). A mineração artesanal na região
amazônica é responsável por
quase 50% da produção brasileira de
ouro.
Para reverter essa situação, o MCT,
por meio do Cetem, discute hoje (13) propostas para
criar uma campanha educativa permanente que esclareça
os garimpeiros e toda a população
a respeito dos perigos do mercúrio.
"Queremos conjugar esforços, buscar
parcerias, identificar projetos e programas que
possam colaborar. Grande parte desses trabalhadores
já ouviram falar dos riscos de utilização
desse mineral, mas é uma informação
fragmentada e esporádica que chega até
eles. E não é uma tarefa fácil,
porque muitos garimpos estão no meio da florestas,
isolados de qualquer centro urbano", afirma
a coordenadora da pesquisa, Zuleica Castilhos.
A pesquisa Remoção de Barreiras para
a Introdução de Tecnologias Limpas
de Mineração Artesanal e Extração
de Ouro integra o Projeto Mercúrio Global,
coordenado pela Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO),
e levantou a situação dos solos, sedimentos,
rios, peixes e moradores de comunidades localizadas
na Reserva Garimpeira do Tapajós, uma área
de mais de 28 mil km² no estado do Pará.
Segundo a pesquisa, os garimpeiros apresentam sintomas
de alta incidência de contaminação,
como gosto metálico na boca, palpitações,
formigamento e ardência nas mãos e
pés. Nos peixes, o mercúrio está
presente em 0,5mg por quilo, ou seja, mais de 40
vezes o estabelecido pela OMS.
Produção,
perigos e providências
O estudo foi desenvolvido
com o apoio do Instituto Evandro Chagas, nas comunidades
de São Chico e Creporizinho, situadas no
município de Itaitubam (PA). Embora o uso
do mercúrio na mineração seja
proibido por lei, os garimpeiros utilizam largamente
o produto.
A contaminação da população
se dá através da inalação
do vapor de mercúrio liberado durante a queima
do amálgama e da ingestão de alimentos,
como o peixe, que se constitui no principal produto
consumido na região. Exames de sangue, urina
e cabelo constataram contaminação
em 50% da população pesquisada. Estima-se
que 100 mil pessoas trabalham em garimpos artesanais
nessa área.
Foram convidados representantes dos ministérios
do Meio Ambiente, Saúde, Minas e Energia
e Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, de universidades, BNDES, entidades de
classe, produtores de jóias, além
da embaixada estadunidense, da Organização
do Tratado de Cooperação Amazônica
e instituições não-governamentais.
A reunião está acontecendo no auditório
do Ministério da Ciência e Tecnologia,
em Brasília.
Fonte: Ministério da Ciência
e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Helena Beltrão)