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ESCÂNDALO DO MILHO
TRANSGÊNICO ILEGAL: UE PODE PROIBIR
IMPORTAÇÃO DOS EUA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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12-04-2005 – Bruxelas
- Após o escândalo do milho Bt10, da
Syngenta, a Comissão Executiva da União
Européia avalia a possibilidade de suspender
temporariamente as importações de
milho dos Estados Unidos. A decisão pode
ser tomada nos próximos dias. Ao mesmo tempo,
o Greenpeace exige que a Comissão Executiva
proíba a importação de qualquer
tipo de semente, ração e alimento
norte-americano enquanto as autoridades daquele
país não encontrarem um meio de garantir
a ausência de transgênicos proibidos
na UE.
A organização ambientalista exige,
também, que o governo norte-americano investigue
a recente “falha de segurança” da Syngenta.
A empresa misturou sementes transgênicas e
comercializou por quatro anos o milho Bt10 sem autorização
em vez do autorizado Bt11. O Bt10 não foi
avaliado pelos órgãos reguladores
nem tem seus efeitos sobre a saúde humana
e o meio ambiente analisados. As sementes comercializadas
contaminaram o milho exportado para vários
países. O caso demonstrou a incapacidade
dos órgãos oficiais em controlar e
fiscalizar produtos geneticamente modificados.
“O governo norte-americano deve garantir que as
exportações não contenham sementes
ou plantas transgênicas não autorizadas”,
afirma Ventura Barbeiro, engenheiro agrônomo
do Greenpeace. “As empresas e governos devem entregar
informações sobre todos os transgênicos,
incluindo os experimentais ou não autorizados.
Assim, qualquer país poderá implementar
medidas de segurança para impedir a contaminação
por qualquer organismo transgênico”. Para
o Greenpeace, essas contaminações
ilegais não podem ser encobertas pela falta
de informações técnicas.
O caso do Bt10 não é o primeiro escândalo.
Em 2002 a empresa ProdiGene misturou o milho transgênico
utilizado para produzir vacinas com o destinado
a alimentação humana. Diversas vezes
o mamão transgênico produzido no Havaí
foi encontrado na Alemanha, onde sua comercialização
é proibida. A Universidade da Califórnia
enviou “acidentalmente” sementes de tomate transgênico
para todo o mundo. O caso mais famoso foi o do milho
StarLink que, liberado apenas para consumo animal
por causar problemas em seres humanos, contaminou
a cadeia produtiva norte-americana e foi encontrado
em países europeus e no Japão.
A Comissão Européia tem pedido, repetidas
vezes, à Syngenta, as ferramentas necessárias
para testar as milhares de toneladas de milho importadas.
Entretanto, a empresa ainda não liberou informações
sobre a composição genética
do milho Bt10, especialmente do “identificador único”,
que permitiria a realização dos testes.
O caso da contaminação ilegal do milho
norte-americano pelo transgênico não
autorizado Bt10 foi publicado pela revista Nature
em 24 de março.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa