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POVOS INDÍGENAS
HÁ QUASE 30 ANOS POR DEMARCAÇÃO
DE RESERVA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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15/04/2005 - Para
o coordenador-geral do Conselho Indígena
de Roraima (CIR), Marinaldo Justino Trajano, a publicação
de portaria do Ministério da Justiça
confirmando a declaração de posse
permanente das etnias indígenas Macuxi, Taurepang,
Wapixana e Ingaripó na reserva Raposa Serra
do Sol representa uma conquista dos povos que "há
quase 30 anos lutam por esse reconhecimento".
A portaria foi publicada nesta sexta-feira (15)
no Diário Oficial da União e prevê
nova demarcação da terra indígena
Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ficam de fora da
reserva algumas áreas, como o núcleo
urbano da sede do município de Uiramutã
(com 4,7 mil habitantes, de acordo com o Ministério
da Justiça), os leitos das rodovias públicas
federais e estaduais e as linhas de transmissão
de energia elétrica. "O importante é
que saiu a homologação em área
contínua, mesmo com essas exclusões.
Se não chegamos a 100%, vamos dizer que chegamos
a 95% e isso é uma coisa valiosa", avalia
Trajano, liderança indígena da etnia
Macuxi.
Ele também comemorou a decisão do
plenário do Supremo Tribunal Federal (STF),
que extinguiu todas as ações judiciais
que contestavam a portaria anterior (820/98). Nesta
quinta-feira (14), o plenário do STF julgou
as ações prejudicadas pela "perda
do objeto", após tomar conhecimento
da existência de nova portaria alterando o
disposto no ato normativo anterior. "O importante
é que saiu a portaria e o Supremo decidiu
favoravelmente aos povos indígenas. Ficamos
satisfeitos, mas não completamente ainda,
porque está faltando a assinatura do nosso
presidente".
A nova portaria, assinada pelo ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, garante área
de cerca de 1,74 milhão de hectares para
os cerca de 15 mil índios que vivem na reserva.
Além do núcleo urbano de Uiramutã,
das linhas de transmissão elétrica
e dos leitos das rodovias federais e estaduais,
ficam excluídas da reserva a área
onde está localizado o 6º Pelotão
Especial de Fronteira, em Uiramutã, e os
equipamentos e instalações públicas
federais e estaduais atualmente existentes.
Segundo o Ministério da Justiça, a
Fundação Nacional do Índio
(Funai) e o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) vão transferir
os 565 habitantes de três vilarejos localizados
na área indígena – Socó, Mutum
e Surumu. No prazo de um ano, os arrozeiros que
exploram terras na margem sudoeste da reserva também
serão transferidos e os pequenos agricultores
de outras áreas serão reassentados.
Além disso, a União vai indenizar
as benfeitorias construídas de boa-fé.
Na região, há 63 ocupações
em área rural: 47 pequenos pecuaristas e
16 rizicultores.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Juliana Andrade)