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VICE-PRESIDENTE DA FUNAI
DEFENDE FUNCIONÁRIOS INDICIADO PELA
PF
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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12/04/2005 - No relatório
concluído esta semana pela Polícia
Federal sobre o assassinato de 29 garimpeiros na
Reserva Indígena Roosevelt, um funcionário
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) está entre os responsabilizados pelas
mortes. Walter Blós é acusado de omissão,
por não ter alertado sobre o clima de tensão
entre índios e garimpeiros.
Vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, disse
nesta terça-feira que o órgão
encara com naturalidade as investigações
e que não acredita que o funcionário
envolvido no caso tenha sido negligente: "A
Funai vinha sendo informada do processo de tensão
que existia na área, mas não havia
como prever uma tragédia dessas dimensões.
Acredito que nem o próprio funcionário
nosso teria condições de fazer uma
previsão dessa ordem."
Para Lustosa, Walter Blós atuou com o cuidado
exigido pela situação de risco em
que ele se encontrava. O funcionário está
em viagem a serviço, no Pará, e não
há previsão por parte da Funai de
afastá-lo das atividades. Blós terá
que contratar um advogado para defendê-lo.
Já os 23 índios indicados pela Polícia
Federal pelos assassinatos serão defendidos
pelo próprio órgão. Na época
do crime, eles alegaram ter agido em defesa da terra,
alvo de disputas por diamantes.
"Eu creio que a Justiça deve levar em
conta o aspecto cultural, como prevê a legislação.
Houve um assédio muito forte dos garimpeiros
para que os índios agissem assim", avalia
o vice-presidente da Funai. De acordo com ele, é
cedo para afirmar se os índios indiciados
serão efetivamente presos e cumprirão
pena em local próximo da tribo, como costuma
acontecer: "É necessário lembrar
que o processo ainda está em fase de indiciamento.
Ninguém será preso agora. O Ministério
Público vai analisar o caso e oferecer denúncia
para a Justiça."
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Juliana Cezar Nunes)