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COORDENADORA DO CNS PEDE
REGULARIZAÇÃO DE RESERVAS
NO MARANHÃO E TOCANTINS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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(18/04/05) – A responsável
pela Secretaria da Mulher Trabalhadora Rural Extrativista
do Conselho Nacional de Seringueiros, Raimunda Gomes
da Silva, entregou hoje ao presidente do Ibama,
Marcus Barros, um abaixo-assinado pedindo adoção
de medidas urgentes para garantir a implementação
das reservas extrativistas Ciriaco e Mata Grande,
ambas no Maranhão, e Extremo Norte, em Tocantins.
O decreto de criação de tais reservas
foi assinado em 1992, mas as unidades ainda não
foram instaladas por problemas de desapropriação
e demarcação do perímetro.
Para a reserva Ciriaco começar a funcionar
falta, entre outros, indenizar 22% dos proprietários.
O abaixo-assinado de lideranças comunitárias
pede o pagamento da indenização restante
e que “o Ibama agilize junto a Justiça Federal
o cumprimento de liminares” concedidas para retirar
proprietários que ainda estão dentro
da área da reserva.
O documento também reivindica as demarcações
das reservas Extremo Norte e Mata Grande. Em novembro
passado, a empresa contratada pelo Ministério
do Meio Ambiente foi a campo mas por problemas de
segurança interrompeu o serviço.
A demora na efetivação das reservas
tem motivado desmatamentos ilegais e arrendamento
de áreas para fabricantes de carvão
colherem babaçu. A degradação
do meio ambiente foi estratégia empregada
por quem queria tornar inviável a reserva
Mata Grande. Sem sucesso, devido à alta capacidade
de recuperação ambiental.
Na audiência de hoje com Marcus Barros, a
coordenadora do CNS relatou ainda que as lideranças
comunitárias recebem constantes ameaças
de morte. “Eu não quero morrer de bala no
meio da minha sala”, disse Raimunda.
Segundo conta, os que são contra as reservas
ignoram que a decisão de garantir as áreas
para as comunidades tradicionais é do governo
federal. “Eles acham que nós somos os provocadores
das reservas.”
O presidente do Ibama Barros disse que as reservas
extrativistas são irreversíveis e,
caso necessário, o governo reforçará
segurança na área. “Se os contrariados
partirem para a confrontação, vamos
colocar forças policiais na região”,
prometeu. Barros também afirmou que dinheiro
de compensação ambiental será
aplicado na consolidação das reservas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Sandra Sato)