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FUNAI NÃO SE OPÕE
A ADMINISTRADOR INDÍGENA PARA MANAUS,
DIZ COORDENADOR DA AMAZÔNIA OCIDENTAL
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Abril de 2005
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20/04/2005 - O coordenador
da Amazônia Ocidental da Fundação
Nacional do Índio (Funai), Izanoel Sodré,
disse que a direção da autarquia não
se opõe à nomeação de
um administrador regional indígena para Manaus,
conforme reivindicam lideranças indígenas
locais. Por pressão dos líderes indígenas,
no dia 27 de janeiro, o antigo administrador regional,
Benedito Rangel, pediu exoneração.
Para ocupar seu lugar, a direção da
Funai escolheu Jorge Fernandes como administrador
substituto.
"A demora em nomear um administrador titular
vem do fato de que queremos consultar as comunidades
aldeadas. Não podemos confundir o que é
reivindicação – legítima, mas
não geral – de um movimento de índios
que moram em Manaus com um anseio de todos os indígenas
da região", justificou Izanoel.
Ele ressaltou que 14 das 45 administrações
regionais da Funai em todo o país são
administradas por indígenas – duas delas,
a de São Gabriel da Cachoeira e a de Tabatinga,
estão no Amazonas.
Uma comissão indígena apoiada pela
Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)
indicou à Funai, ainda em janeiro, o nome
de seis líderes para ocupar o cargo de administrador
regional: Clóvis Marubo, Lucas Baré,
Benjamim Baniwa, José Mário Mura,
Pedro Garcia e Messias Sateré.
Em 10 de março, em entrevista concedida à
Agência Brasil, o vice-presidente da Funai,
Roberto Lustosa, lembrou que a nomeação
de um administrador regional é prerrogativa
do presidente da autarquia e disse que Mércio
Pereira (o presidente) não agia sob coação.
O mesmo argumento foi utilizado pela Advocacia-Geral
da União na última segunda-feira (18),
ao tentar desfazer (sem sucesso) um acordo firmado
entre a direção da Funai e a comissão
indígena. Por ele, a Funai deveria ter, na
própria segunda-feira, apresentado uma resposta
às exigências dos indígenas.
Uma das reivindicações, porém,
já foi atendida. Segundo Izanoel, desde o
dia 6 deste mês, três servidores efetivos
da Funai, lotados em Brasília, estão
em Manaus para apurar supostas irregularidades administrativas
cometidas pela direção local do órgão
nos últimos três anos. A comissão
de sindicância tem 30 dias, prorrogáveis
por igual período, para concluir seu trabalho.
"A orientação que eu passei é
que a comissão investigue a gestão
em si, todo e qualquer ato, não especificamente
a figura do antigo administrador", esclareceu
Izanoel.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi