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INDÍGENAS ORGANIZAM
MANIFESTAÇÕES NA ESPLANADA
PARA PEDIR MELHORIAS NA SAÚDE NAS
ALDEIAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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17/04/2005 - Mais
de 500 índios de 114 etnias vão aproveitar
o Dia Nacional do Índio, comemorado na próxima
terça-feira (19), para pressionar o governo
federal e o Poder Legislativo por melhorias na saúde
pública nas aldeias. Amanhã, os indígenas
farão uma manifestação na Esplanada
do Ministérios e terão um encontro
com a Frente Parlamentar Indígena no Congresso
Nacional. Na terça-feira, será a vez
de 70 caciques encontrarem o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no Palácio do Planalto para
apresentar uma pauta de reivindicações
que tem como prioridade a saúde indígena.
A morte de 21 crianças indígenas por
desnutrição no estado do Mato Grosso
do Sul, especialmente no município de Dourados
(MS), provocou a reação de índios
de todo o país – que temem que esse problema
chegue a outras aldeias. "Hoje temos mortalidade
não apenas infantil, mas de adultos em muitas
aldeias. Faltam médicos, medicamentos. Isso
não é bom para nós", afirma
Ngôtyk Kaiapó, que vive em uma aldeia
no sul do Pará.3
Caciques da tribo kaiapó do Mato Grosso,
no entanto, decidiram administrar a saúde
em 15 aldeias do estado para evitar situações
como a de Dourados. Os kaiapós criaram uma
associação que administra a saúde
nas aldeias, contratando médicos, enfermeiros,
dentistas e auxiliares com os recursos enviados
pela Fundação Nacional da Saúde
(Funasa). "Há quatro anos essa associação
administra os recursos da Funasa. Os médicos
vão lá uma vez por mês. Remédios,
não faltam. Não temos nenhum branco
no meio porque entendemos melhor das nossas necessidades",
relata o cacique Puiu Txcarramã, que preside
a associação.
Com as verbas da Funasa, a associação
conseguiu construir um hospital em uma das aldeias
kaiapó para atender a 3.900 índigenas,
distribuídos em oito milhões de hectares
de terras. O cacique Puiu defende que outras etnias
criem associações semelhante a dos
kaiapó como forma de evitar mortes e doenças
nas aldeias. "Se eles pensassem como a gente,
seria bom seguir esse exemplo. Hoje, a nossa associação
é a única no Brasil de índios".
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Gabriela Guerreiro