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PARA ANTROPÓLOGOS,
GOVERNO DO MATO GROSSO COLOCA INTERESSE
DO AGRONEGÓCIO ACIMA DE DIREITOS
INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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19/04/2005 - Para
o antropólogo da Universidade Federal de
Mato Grosso Aloir Pacini, a expansão do agronegócio
no estado dificulta a demarcação de
terras indígenas no estado, e a forma como
o governo de Mato Grosso trata do assunto provoca
conflitos. "O governo coloca o direito individual
do fazendeiro acima do direito de um povo indígena
que tem tradicionalmente ocupado esses territórios".
Em entrevista à Rádio Nacional, Pacini,
que também é supervisor do Museu Rondon
Indígena, destacou a importância na
participação dos índios na
elaboração da Constituição
de 1988. "Hoje, eles estão efetivando
esses direitos, à medida que vão participando
dos Distritos Sanitários Especiais de Saúde
e dos Conselhos Indígenas das Regiões",
acrescentou. "Na nossa sociedade hoje os índios
querem se identificar como índios, como diferentes
e isso é um fator antropológico muito
interessante".
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
decidiu hoje criar uma comissão para analisar
questões indígenas no Mato Grosso
e no Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada
na reunião do Conselho, que é vinculado
à Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República (SEDH).
A comissão vai analisar o relatório
encaminhado pelo governo do estado do Mato Grosso
sobre a situação do povo indígena
Xavante, que vive na região. "Aqui no
Mato Grosso, nós temos vários problemas
de territórios indígenas ainda não
demarcados", afirmou Pacini à Rádio
Nacional. "A expansão do agronegócio
tem sido grande em cima dos territórios indígenas,
o conflito vai se dando e aí as tensões,
porque o embate político e econômico
está acontecendo."
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Lucas Parente