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SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS
SERÁ
MARCADA POR MANIFESTAÇÕES
EM TODO PAÍS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005
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19/04/2005 Durante
toda esta semana, de 18 a 22 de abril, debates,
mobilizações e manifestações
culturais ligados aos povos indígenas acontecem
em capitais como Salvador, Belo Horizonte, Cuiabá,
Boa Vista e Maceió. Haverá atividades
também em algumas cidades do interior, a
exemplo do município de Pau Brasil (BA).
Políticas públicas, participação
indígena na definição das políticas
indigenistas e a questão das terras são
os temas centrais desta Semana dos Povos Indígenas.
Em Cuiabá (MT), autoridades, lideranças
indígenas e apoiadores da causa estarão
reunidos para um ciclo de debates, que acontece
nos dias 18, 19 e 20, no Sesc Arsenal. Estarão
em pauta as principais reivindicações
do movimento indígena: participação
na política indigenista, demarcação
e defesa das terras indígenas e o acesso
a uma educação escolar de qualidade,
específica e diferenciada. Entre os debatedores,
estarão presentes o ministro da Justiça,
Márcio Tomás Bastos, a sub-procuradora
da República, Drª Débora Duprat,
o diretor de Assuntos Fundiários da Funai,
Dr. Artur Mendes, o procurador da República
em Mato Grosso, Dr. Mário Lúcio de
Avelar, o assessor jurídico do CIMI, Dr.
Paulo Machado Guimarães, o coordenador-geral
da Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab),
Jecinaldo Barbosa Sateré Mawé, e lideranças
indígenas de vários povos do Estado
de Mato Grosso. A programação conta
ainda com exibições de vídeos,
fotografias, artesanatos e lançamentos de
livros que abordam a temática indígena.
As atividades estão abertas para a população
em geral.
Em Salvador (BA), a principal atividade, o seminário
“Presença, Resistência e Perspectivas”,
reunirá cerca de 150 lideranças indígenas
de 13 povos para fortalecer o movimento indígena
no Estado. Este evento, no entanto, acontecerá
na semana seguinte à Semana dos Povos Indígenas,
entre 26 e 28 de abril. Saúde, educação,
produção e segurança alimentar,
direitos indígenas e meio ambiente estarão
em debate. No tema de meio ambiente, alguns dos
desafios que os indígenas enfrentam diariamente,
como as plantações de eucalipto, o
turismo em terras indígenas, a construção
de barragens, extração mineral, monoculturas
e o projeto de transposição do Rio
São Francisco. O seminário é
uma iniciativa conjunta da Associação
dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais
e Espírito Santo (Apoinme), do Cimi e da
Associação Nacional de Ação
Indigenista (Anai).
Também na Bahia, nos municípios de
Pau Brasil, Itajú do Colônia e Camacan,
a comunidade Pataxó Hã-Hã-Hãe
está desenvolvendo, desde o dia 11 deste
mês, a campanha “Índio quer Paz",
que visa reverter o quadro de violência e
preconceito criado ao longo dos anos contra o povo
Pataxó Hã-Hã-Hãe e o
clima de tensão estabelecido em toda esta
região devido aos conflitos pela disputa
da área Caramuru-Catarina-Paragussu. A programação
do dia 19 começa com manifestações
na aldeia Caramuru, apresentação do
toré, plantio de mudas de Pau Brasil, como
símbolo do compromisso pela paz, e uma degustação
da culinária indígena. A partir das
14h00, haverá concentração
na Praça Marechal Costa e Silva (praça
da feira) para a passeata que termina em frente
ao Centro Administrativo onde será assinada
a Carta Compromisso pela Paz e outra muda de Pau
Brasil será plantada.
Em Boa Vista (RR), o seminário “Nunca mais
Roraima sem os povos indígenas” acontece
dia 20 de abril, no auditório da Universidade
Federal de Roraima, das 8h30 às 17 horas.
Apresentação de mitos, vídeos
e debates fazem parte da programação.
Em Belo Horizonte (MG), estão programados
debates, audiência pública e manifestações
culturais, de 16 a 21 de abril. Para o dia 19, as
atividades previstas são uma audiência
na Assembléia Legislativa do estado, às
9h30, com o Conselho dos Povos Indígenas
de Minas Gerais e, à tarde, uma caminhada
pelo centro da capital mineira. De 17a 21 de abril,
no Maista Hall, acontece o evento “Encantar com
a Paz”, onde serão debatidos temas como o
papel do Estado e as obrigações constitucionais
na vida das comunidades indígenas e a conjuntura
da política indigenista, com indígenas,
os administradores da Funai e da Funasa em Minas
Gerais e o procurador da República no Estado.
Em Maceió (AL), o curso de teologia da Faculdade
Casa de Teologia inicia amanhã uma série
de diálogos que tratarão da história
dos povos indígenas no estado. O primeiro
tema em debate será o extermínio do
povo Caeté e a atuação de Dom
Sardinha neste processo. Estarão presentes
40 lideranças indígenas Karapotó,
que darão seus depoimentos sobre a realidade
indígena em Alagoas. O evento será
encerrado com a apresentação do Toré.
No domingo, dia 17, em São Paulo (SP), aconteceu
uma confraternização das comunidades
indígenas da cidade – Pankararu, Pankararé,
Fulniô, Atikum, Kariri-Xokó, Potiguara,
Terena, Kaingang e Xavante. O evento contou com
apresentações de danças tradicionais
e acontecerá na favela do Real Parque, no
Centro de Cultura Casulo (Rua Paulo Bourroul, 181),
das 10 às 16h.
Também no dia 17, em Manaus (AM), capital
brasileira com a maior população indígena
(são 20 mil indígenas de 16 povos),
a programação incluiu uma caminhada
pela cidade, exposições e manifestações
culturais, que ocorreram na praça da Saudade
a partir das 8h30. O término mobilização
contou com um ato-show na praça Terreiro
Aranha.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa