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CRESCE A DEMANDA GLOBAL
POR PRODUTOS CERTIFICADOS PELO FSC
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Abril de 2005
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No Brasil, pela primeira
vez instituição será presidida
pelo movimento social
29-04-2005 - O mercado
global para produtos certificados pelo FSC (Forest
Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal)
pode ultrapassar US$ 5 bilhões, de acordo
com recente pesquisa realizada junto a 250 empresas
certificadas pelo sistema. O FSC, também
conhecido como “selo verde”, oferece a melhor garantia
disponível de que a atividade madeireira
ocorre de maneira legal e não acarreta a
destruição das florestas primárias
como a Amazônia.
O mercado de produtos certificados pelo FSC continua
em expansão em todo o mundo. Nos últimos
dois anos, este crescimento tem provocado um aumento
anual de 25% nos certificados de cadeia de custódia,
assegurando transparência em todo o processo
– desde a extração da madeira na floresta,
passando pelo processamento na indústria
até chegar ao consumidor final. O tamanho
das áreas de floresta certificadas nos padrões
FSC praticamente dobrou no mesmo período.
A pesquisa também revelou que a demanda por
produtos FSC é maior do que a oferta no mercado
de produtos madeireiros. Empresas que participaram
da pesquisa afirmaram que, em relação
à oferta, a demanda por madeira serrada ultrapassa
10 milhões de metros cúbicos.
"A demanda cada vez maior por produtos certificados
pelo FSC mostra que os consumidores estão
cada vez mais conscientes e que o mercado estará
cada vez mais fechado para a madeira de origem ilegal
e predatória”, diz Marcelo Marquesini, da
campanha da Amazônia do Greenpeace. “Os empresários
devem aproveitar este momento como uma oportunidade
para expandir seus negócios, conciliando
preservação ambiental e critérios
sociais no manejo das nossas florestas".
Para o Greenpeace, os melhores padrões e
critérios de manejo florestal atualmente
são os estabelecidos pelo FSC. Ao comprar
um produto florestal certificado pelo FSC, o consumidor
tem garantias de que a extração da
madeira foi realizada de forma ambientalmente adequada.
Além disso, o selo indica que os direitos
das comunidades que vivem na floresta ou nas proximidades
foram respeitados e de que a exploração
de madeira resultou em benefícios para a
população local. A certificação
também exige condições de trabalho
adequadas, segurança e melhor qualidade de
vida para os trabalhadores. Todo o processo respeita
a legislação de cada país,
bem como tratados internacionais.
O FSC foi fundado em 1993, em Toronto, Canadá,
e sua sede atual fica em Bonn, na Alemanha. A instituição
FSC não certifica, mas credencia e monitora
entidades certificadoras que se comprometem a aplicar
os princípios e critérios adotados
pelo FSC. O FSC-Brasil, que elaborou os princípios
e critérios para manejo florestal na Amazônia,
tem sede em Brasília.
No dia 18 de abril, a Rede GTA (Grupo de Trabalho
Amazônico) foi eleita para a presidência
do Conselho Diretor do FSC-Brasil no período
2005-2007 do qual o Greenpeace também faz
parte. O músico e luthier Rubens Gomes, da
Oficina Escola de Lutheria da Amazônia e representante
do GTA eleito, afirmou que "é a primeira
vez que o movimento social preside o FSC no Brasil,
fortalecendo também o manejo comunitário
da floresta".
Neste ano, a assembléia geral do FSC Internacional
será realizada em Manaus, no Amazonas, em
dezembro. É a primeira vez que o encontro,
que ocorre somente a cada três anos, será
realizado fora do país-sede. O Brasil foi
escolhido por desempenhar um papel fundamental na
certificação de produtos florestais.
O País possui mais de 30% de plantações
florestais e 1,3 milhão de hectares de floresta
Amazônica sob manejo certificado. São
esperados 600 representantes de mais de 100 países.
“A assembléia geral é um momento muito
importante pois representa a oportunidade de aprimorar
os princípios e critérios para manejo
do FSC e demais regras do sistema de certificação.
Uma das propostas do Greenpeace é que empresas
que beneficiam madeira certificada e não-certificada
sejam obrigadas a apresentar relatórios públicos
periódicos, garantindo que a madeira certificada
não é contaminada com madeira não-certificada”
concluiu Marquesini.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa