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COM O FIM DO DEFESO, LAGOSTA
VOLTA A SER PESCADO NO CEARÁ
Panorama
Ambiental
Fortaleza (CE) – Brasil
Maio de 2005
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Hoje, termina o
período de interdição da pesca
da lagosta - o chamado defeso - para permitir a
reprodução dos crustáceos.
Depois de quatro meses em que a fiscalização
foi feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
3.500 barcos em todo o Ceará vão voltar
ao mar para mais oito meses de atividade. Em Fortaleza,
a movimentação na praia do Mucuripe
começou cedo. É de lá que parte
uma boa parte dos lagosteiros.
Este ano, a novidade é a liberação
do uso da caçoeira, uma espécie de
rede que torna a pesca mais lucrativa, mas que era
proibida por lei desde 2002. Por ser uma rede, a
caçoeira é considerada prejudicial
à espécie porque retém nas
malhas lagostas pequenas que ainda não se
reproduziram. Por isso, a autorização
para o seu uso foi condicionada a uma regra: as
malhas não podem ter menos de 12 centímetros.
A alternativa permitida até agora era o manzuá,
uma espécie de armadilha, em forma de gaiola,
onde só as lagostas maiores ficam presas.
Mas para a maioria dos pescadores é uma ferramenta
pouco rentável.
"É muito cara e pega pouca lagosta por
vez" justifica João Manoel, que pesca
desde a adolescência. Ele reconhece, porém,
que a quantidade de lagosta aumentou com a proibição
da caçoeira. Por isso, alguns vêem
a liberação com desconfiança.
No futuro, o prejuízo pode ser maior, receia
José Manoel.
Mesmo assim, a atividade lagosteira ainda é
uma das que impulsionam as exportações
cearenses, mas, ao contrário do camarão,
que pode ser criado em cativeiro, com grande rentabilidade,
a lagosta precisa ser pescada no mar. O Ceará
é o maior exportador de lagosta do país,
respondendo por 41% de toda a produção
brasileira.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Olga Bardawil